Para a IA acontecer, a Microsoft formou 2 milhões de brasileiros em tecnologia, diz Tânia Cosentino
Para a presidente da Microsoft Brasil, se o trabalho de transformação via IA for bem bem feito, a expectativa é de que o país se torne um exportador de cérebros especialistas em tecnologias emergentes
Repórter
Publicado em 21 de março de 2024 às 13h44.
Última atualização em 21 de março de 2024 às 14h49.
A Microsoft quer ver seu investimento de mais de 10 bilhões de dólares na OpenAI dar frutos. Depois de implementar a IA generativa no buscador Bing, e mais recentemente trazer o Copilot para todo o ecossistema Microsoft 365, a empresa quer ver mais empresas criando IAs generativas por meio do seu novo produto.
Para Tânia Cosentino, líder da Microsoft no Brasil, essa nova estratégia vai além e também deve alcançar setores do governo. Em favor do plano, está o fato de que a companhia tem uma relação de longa data com o estado, que inclui desde o suporte às operações do governo durante a pandemia, que garantiu a continuidade dos serviços públicos no distânciamento social, até na mais recente, relação com o governo de São Paulo para levar IA para as salas de aula.
Tânia aponta que a colaboração não se restringe à implementação de soluções tecnológicas apenas de na ponto do usuário, mas se estende também a participar da formulação de políticas públicas que integram tecnologias avançadas ao funcionamento do serviço público.
"Um dos frutos dessa colaboração é a criação de um Centro de Transparência, visando orientar o governo sobre o o papel da IA nas operações governamentais e promover uma gestão responsável ", diz a diretora.
A executiva também ressalta iniciativas como o Mais Brasil, programa de profissionalização em tecnologia, criado em 2020, por qual passaram mais de 8 milhões de alunos e que formou mais 2 milhões pessoas.
Em outro exemplo, Tânia, destacou a parceria com o Ministério do Desenvolvimento Regional, que resultou app que gera mapas de calor para monitoramento de áreas de risco em zonas impactadas pelas mudanças climáticas. "Esta ferramenta, que combina diversos dados demográficos e geográficos através de algoritmos, é crucial para o planejamento urbano e gestão de crises, como enchentes, demonstrando o potencial da tecnologia na prevenção e mitigação de desastres", conta.
Cosentino enfatiza a importância da adoção e do uso responsável das tecnologias emergentes, como a nuvem e IA, para o desenvolvimento do país. Ela aponta que, ao facilitar o acesso a essas tecnologias, é possível acelerar o crescimento de startups e liberar recursos para que empresas de todos os tamanhos se concentrem em suas atividades principais.
No contexto mais amplo, a empresa criadora do Windows faz um chamado para a sociedade brasileira no sentido de valorizar e investir na formação em áreas tecnológicas. Segundo Cosentino, o Brasil tem a oportunidade de liderar não só em commodities, mas também como um celeiro de talentos em IA, o que requer um esforço conjunto para atrair mais jovens para o setor.
"A inovação é fruto da colaboração e as parcerias entre o setor público e privado são fundamentais para o avanço tecnológico sustentável e inclusivo no Brasil", diz Tânia.