A confissão de Sam Altman: CEO teve investimento na OpenAI via Sequoia Capital
Altman admitiu participação indireta na OpenAI, mas reforçou que já vendeu sua posição; empresa enfrenta críticas por migrar para o modelo de negócios com fins lucrativos
Repórter
Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 15h25.
Última atualização em 20 de dezembro de 2024 às 15h29.
O CEO da OpenAI, Sam Altman, voltou aos holofotes após declarações que levantaram novas questões sobre sua relação financeira com a empresa. Embora Altman tenha repetidamente afirmado que não possui participação direta na OpenAI, ele admitiu recentemente que detinha uma pequena fatia indireta por meio de um fundo da Sequoia Capital, uma informação que até então não era amplamente conhecida. Em entrevista ao podcast de Bari Weiss, Altman descreveu sua participação como “insignificante” e esclareceu que já vendeu sua posição.
“Eu tinha uma fatia minúscula de um fundo antigo da Y Combinator e, por um tempo, também por meio de um fundo da Sequoia, mas essa foi mais fácil de vender e não manter a posição”, explicou Altman. Ele acrescentou que, atualmente, não possui planos ou promessas de adquirir qualquer participação futura na OpenAI.
A exposição de Altman à OpenAI por meio da Sequoia Capital, que investiu na empresa em 2021, ocorre em um momento delicado. Enquanto a OpenAI era avaliada em US$ 14 bilhões à época do investimento, seu valor de mercado saltou para impressionantes US$ 157 bilhões após a última rodada de financiamento. No entanto, permanece incerto quando Altman vendeu sua participação e por quanto. A OpenAI confirmou que ele nunca teve propriedade direta na empresa e que sua exposição ao fundo da Sequoia representava “menos de uma fração de um por cento”.
Uma estrutura incomum e um CEO sem equity
A estrutura da OpenAI tem sido um ponto de debate desde sua fundação como uma organização sem fins lucrativos. Altman afirmou, em várias ocasiões, que decidiu não ter participação na empresa devido a regras que exigem que a maioria dos diretores da entidade sem fins lucrativos seja independente, ou seja, sem equity. Ele mencionou que essa decisão levantou dúvidas sobre suas motivações, especialmente à medida que a OpenAI avança para um modelo com fins lucrativos.
Essa transição, no entanto, não tem sido tranquila. Elon Musk, cofundador da OpenAI, entrou com uma ação alegando que a empresa está se desviando de sua missão original de democratizar os frutos da pesquisa em inteligência artificial. A OpenAI, por sua vez, argumenta que Musk queria transformar a organização em uma empresa lucrativa desde o início, o que contradiz suas alegações atuais.
Além disso, Altman criticou a Meta por solicitar ao procurador-geral da Califórnia que bloqueasse a transição da OpenAI para uma entidade independente. “Eu sei que essa parte é de má-fé”, disse Altman, insinuando que a Meta poderia estar buscando vantagens competitivas ou tentando agradar Musk.
O futuro de Altman e da OpenAI
A transição da OpenAI para um modelo de negócios lucrativo, controlado por uma diretoria independente, está no centro de sua evolução.
Embora Altman insista que sua relação financeira com a OpenAI seja irrelevante, as inconsistências entre suas declarações anteriores e recentes levantam dúvidas.
Sua postura como CEO sem equity continua a ser uma exceção notável em um setor onde a propriedade direta é frequentemente associada ao poder executivo.