Inteligência Artificial

É possível usar a IA como guia turísticos para viajar a outro país?

Cerca de 70% dos americanos estão usando ou planejando usar IA para viagens — Vacay, a Mindtrip e o ChatGPT são as mais populares

Tecnologias se complementam, o que pode agilizar decisões de viagens (Freepik)

Tecnologias se complementam, o que pode agilizar decisões de viagens (Freepik)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 27 de junho de 2024 às 10h17.

Será que é possível usar a inteligência artificial para qualquer coisa? Bem, uma repórter do New York Times decidiu inovar e usou algumas ferramentas para uma tarefa: planejar uma viagem à Noruega.

Ceylan Yeğinsu usou três IAs para isso: a Vacay, a Mindtrip e o ChatGPT, a IA mais popular do mundo.

As perguntas de Vacay e Mindtrip foram parecidas: você está viajando sozinha? Qual é o seu orçamento? Você prefere hotéis ou Airbnbs? Você prefere explorar a vida ao ar livre ou buscar uma experiência cultural?

As sessões de bate-papo produziram o que pareciam ser itinerários completos, começando com um dia na capital Oslo e seguindo para a região dos Fiordes. Ceylan Yeğinsu definiu então que combinaria uma viagem com informações das IAs e iria além de uma lista de sites.

A repórter do Times não está sozinha nessa aventura de viajar com IA: cerca de 70% dos americanos estão usando ou planejando usar IA para viagens, de acordo com uma pesquisa recente realizada pela Harris Poll. Outros 71% disseram que o uso de IA provavelmente seria mais fácil do que planejar viagens por conta própria.

Depois que pousou em Oslo, os três assistentes encaminharam a repórter para o trem expresso do aeroporto Flytoget, que a levou à cidade em 20 minutos.

Ela resolveu escolher o hotel indicada pelo Vacay, o Amerikalinjen, “um hotel vibrante e único no coração de Oslo”. Gostou da recomendação da IA.

Para o itinerário de um dia em Oslo, os assistentes concordaram em visitar os principais pontos turísticos da cidade, incluindo o Parque de Esculturas Vigeland, o Palácio Real, o Centro Nobel da Paz e o Museu Munch. A jornalista compartilhou sua localização e pediu a cada assistente que reestruturasse os itinerários para começar no hotel. Ela não resistiu e abriu o Google Maps e percebeu que a ordem sugerida não fazia sentido. Então, fez o próprio caminho.

Ceylan Yeğinsu viajou em meados de junho e estava frio por lá. Caminhando em direção ao Museu Munch, a jornalista viu pequenas saunas flutuantes, que os chatbots não haviam incluído no passeio. Voltou ao aplicativo do ChatGPT para obter recomendações. Mesmo com vontade de experimentar uma sauna flutuante, onde as pessoas se aqueciam e depois mergulhavam direto nas águas geladas do Fiorde de Oslo, ela aceitou a sugestão do ChatGPT e reservou a Sauna Salt.

A repórter chega à conclusão que, apesar de não serem perfeitas, as ferramentas se complementam, o que permite agilizar decisões de viagem. No geral, ela gostou mais do Mindtrip, com interface dinâmica, detalhes de mapas e avaliações. O Vacay deu mais sugestões detalhadas, porém, não salva o histórico de bate-papo, o que pode ser um perrengue no meio da viagem.

A jornalista do Times apontou que a maior desvantagem dos dois sistemas é que ainda não possuem um app para celular, coisa que o ChatGPT já tem.

Mesmo com todo aparato tecnológico, Ceylan Yeğinsu disse que houve momentos em que ansiava pelo contato com pessoas para conseguir informações. No entanto, uma coisa que a jornalista acredita que a IA nunca vai conseguir dominar é a arte de descobrir coisas ao acaso, uma prática típica do ser humano.

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