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Beleaf, startup de alimentos plant-based, recebe aporte e mira gigantes

De olho nas gigantes do mercado, companhia já conseguiu triplicar seu faturamento em 2020 e agora quer iniciar sua expansão no Brasil

Beleaf: faturamento de R$ 7 milhões em 2020 e planos para dobrar a equipe até 2023 (Beleaf/Divulgação)
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Rodrigo Loureiro

Publicado em 10 de fevereiro de 2021 às 16h07.

Última atualização em 10 de fevereiro de 2021 às 16h09.

A Beleaf, mais uma startup da indústria de alimentação à base de plantas, está recebendo um investimento de 1,1 milhão de reais para impulsionar sua operação. O aporte, noticiado com exclusividade pela EXAME, foi feito pelo fundo de capital de risco GR8 Ventures, que já investiu em empresas como Cuponeria e Genoa. Fundada em 2016, a Beleaf obteve receita de 7 milhões de reais em 2020.

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Com sede em São Paulo, mas já com operações no Rio de Janeiro, a companhia vem crescendo em ritmo alto. O faturamento de 7 milhões de reais em 2020 foi três vezes maior do que o obtido em 2019. A empresa que começou com uma cozinha industrial de 250 metros quadrados já se mudou para outra que é quatro vezes maior.

Com o aporte recebido, a meta agora é se consolidar como uma das principais empresas do setor e chegar em capitais como Belo Horizonte e Curitiba. Para dar suporte à expansão geográfica pelo Brasil, a companhia pretende dobrar o tamanho de sua equipe. O número de funcionários deve saltar de 53 para 100 até o fim de 2023.

Espaço para crescer não falta. O mercado mundial de alimentos plant-based deve crescer exponencialmente nos últimos anos. A consultoria indiana Meticulous Research aponta que o setor deve crescer 11,9% ao ano até 2027, quando deve movimentar 74,2 bilhões de dólares.

“A alimentação plant-based é economicamente viável e já conquistou grande espaço nos Estados Unidos, em países da Europa e parte da Ásia. O Brasil está alguns passos atrás, mas é só uma questão de tempo para que o consumidor perceba os benefícios para sua própria saúde e à sobrevivência do nosso planeta”, diz Fernando Bardusco, cofundador e presidente da Beleaf.

Um dos motivos é justamente a tendência da redução no consumo de carne na alimentação. Segundo o Ibope, mais da metade das pessoas ouvidas em uma pesquisa feita em 2020 admitiu que comeu menos carne no ano passado. Enquanto 39% dos entrevistados afirmou que consome alternativas vegetais pelo menos três vezes por semana.

A Beleaf aposta pesado em sustentabilidade. Dados da empresa informam que a startup já deixou de emitir 169 toneladas de CO2 e economizou 2 milhões de reais que seriam gastos em água. A companhia também informa que mais de 1,6 milhão de metros quadros de terra foram poupados ao substituir a carne por vegetais nas refeições. Isso é o equivalente 229 campos estádios do Maracanã.

A startup ainda não compete diretamente contra algumas gigantes endinheiradas desta indústria, como a chilena NotCo, que tenta recriar alimentos utilizando processos de inteligência artificial para substituir a carne com proteína vegetal. O foco da Beleaf está em outro segmento. A companhia comercializa refeições veganas diretamente pela internet, em combos ou individualmente.

Há, inclusive, parcerias com empresas como a Fazenda Futuro. Alguns pratos como aLasanha Bolonhesa do Futuro e as Almôndegas do Futuro são feitos utilizando "carne moída" criada a partir de alimentos vegetais pela Fazenda Futuro. Se ainda não pode vencê-las, talvez a estratégia correta seja mesmo unir as forças.

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