Filme brasileiro em realidade virtual vence Emmy na categoria Inovação
Curta-metragem brasileiro "A Linha" é pioneiro no uso de técnica de realidade virtual em uma produção audiovisual no Brasil
Maria Eduarda Cury
Publicado em 17 de setembro de 2020 às 18h45.
Última atualização em 18 de setembro de 2020 às 13h24.
Nesta quinta-feira, o curta-metragem brasileiro A Linha recebeu o prêmio da categoria "Inovação notável em programação interativa" da72ª edição do prêmio Emmy .
A narrativa, feita com o uso de realidade virtual , foi desenvolvida pelo estúdio Arvore e conta a história dos personagens Pedro e Rosa, que envolve amor e rotina. OO filme é dublado em inglês pelo ator Rodrigo Santoro e em português por Simone Kliass.
O curta-metragem foi pioneiro no Brasil em utilizar o serviço de hand tracking em uma produção audiovisual. A técnica permite que o usuário controle o protagonista com as próprias mãos — dispensando os controles tradicionais.
Dirigido por Ricardo Laganaro, o curta-metragem pode ser vivenciado pelos óculos de realidade virtual Oculus Quest e pela Steam, loja digital de jogos para computadores. O curta já recebeu o prêmio de "Melhor Experiência em VR" no Festival de Veneza e participou de diversos festivais internacionais ao longo do último ano.
Para a EXAME, Laganaro disse que a intenção por trás do curta era criar uma história em formato diferente que aproximasse o Brasil da criação de conteúdo em realidade virtual. "Por mais que o crescimento da área no Brasil pareça distante, estamos chegando um momento onde o interesse está começando a aumentar", disse o diretor.
O curta-metragem pode ser experienciado por pessoas de qualquer faixa etária. Sobre a diferença entre jogos interativos e filmes interativos, Laganaro acredita que a barreira esteja se dissolvendo. "As mídias estão cada vez mais fluidas. Essas produções, desde seu nascimento, são criadas por pessoas que são tanto profissionais de cinema quanto de jogos, e é isso que buscamos nas criações da Arvore", completou o diretor.
Sobre o mercado brasileiro, Laganaro acrescentou que os profissionais das mídias tradicionais estão começando a olhar para esse novo formato interativo de contar histórias no audiovisual. "Além disso, o endosso de uma academia internacional de televisão auxilia muito para que o público local entenda do que se trata a nossa arte".
Com duração aproximada de 15 minutos, A Linha conta com uma trilha sonora brasileira e faz com que o telespectador viaje para a cidade de São Paulo na década de 1940. É possível assistir à cerimônia virtual por meio deste link.