Inovação

Data center submarino da Microsoft passa no teste após 2 anos no mar

Projeto aponta para um futuro em que as máquinas poderão ser instaladas na água para reduzir falhas e consumir menos energia

 (Jonathan Banks/Microsoft/Divulgação)

(Jonathan Banks/Microsoft/Divulgação)

FS

Filipe Serrano

Publicado em 15 de setembro de 2020 às 06h35.

Última atualização em 16 de setembro de 2020 às 15h42.

Dois anos depois de colocar um data center no fundo do mar, pesquisadores da Microsoft retiraram o equipamento da água para uma avaliação e concluíram que é possível, sim, manter os servidores submersos na água por longos períodos de uma forma segura e eficiente.

O trabalho faz parte do Projeto Natick, um programa de pesquisa iniciado em 2014 pela empresa. A hipótese dos pesquisadores é a de que, debaixo da água, os computadores podem funcionar de uma forma mais eficiente, porque ficam menos sujeitos a falhas e consomem menos energia.

Na superfície terrestre, os circuitos ficam expostos a uma série de variações no ambiente que causam defeitos com o tempo – como a mudança da temperatura, a corrosão causada pelo oxigênio e a umidade, o contato com as partículas do ar e até mesmo eventuais batidas ou esbarrões por parte dos técnicos que trabalham com as máquinas. É algo que, obviamente, não ocorre com um data center submarino.

Para testar a hipótese, os pesquisadores desenvolveram um data center com 864 servidores dentro de uma cápsula submarina do tamanho de um container. Durante dois anos, os pesquisadores monitoraram o seu funcionamento debaixo da água, a uma profundidade de 35 metros, na região das Ilhas Orkney, no norte da Escócia.

yt thumbnail

Os computadores foram retirados da água em junho e passaram por uma avaliação nos últimos meses. A conclusão, de acordo com a Microsoft, é de que o data center é oito vezes mais confiável debaixo da água do que fora dela. O número de falhas foi de apenas um oitavo (12,5%) do que costuma acontecer em um data center comum.

Os pesquisadores acreditam que a menor interferência humana e o fato de o ar da cápsula submarina ser composto de nitrogênio ao invés de oxigênio são as principais razões pelo menor número de defeitos.

O teste faz parte da segunda e última fase da pesquisa do Projeto Natick para comprovar a viabilidade da ideia do data center submarino. Na primeira, finalizada em 2015, a cápsula havia passado 105 dias de baixo da água, também com sucesso.

Segundo a Microsoft, a pesquisa vai ajudar a empresa não apenas a pensar em projetos para instalar data centers mais eficientes debaixo da água como também pode fazer a companhia planejar mudanças nas máquinas atuais para reduzir o número de falhas e o custo de manutenção.

O aumento de aparelhos conectados e da demanda por serviços na nuvem tem impulsionado os investimentos em máquinas e servidores para processar e armazenar um volume crescente de dados. Tornar essa operação mais eficiente é uma necessidade cada vez maior das empresas de tecnologia.

Acompanhe tudo sobre:Big dataData centerMicrosoftSubmarinos

Mais de Inovação

A revolução silenciosa das EdTechs

Tudo em um só lugar: de olho na experiência do usuário, EXAME apresenta nova homepage

Conheça a iniciativa premiada pela ONU por levar eficiência energética a hospitais

Projetos de arquitetura sustentável geram impacto e ditam tendências