São Paulo - A rotina das grandes cidades e a busca por qualidade de vida tem feito empresas dos mais variados setores desenvolverem novas políticas para seus funcionários. Seja para fugir do congestionamento no trânsito, organizar os horários dentro do rodízio de veículos ou para conseguir aquele tempinho para levar as crianças na escola ou buscar no judô, o fato é que muita gente tem considerado a flexibilidade de horário como um fator importante na hora de decidir ficar ou sair de um emprego. Conheça, a seguir, oito empresas que já adotaram práticas de horários flexíveis para seus funcionários.
Número de funcionários: não divulgado* Faturamento: 4,3 bilhões de reais em 2011** Na Avon, a flexibilidade de horário fica por conta da chamada "short friday". De segunda a quinta-feira, os funcionários trabalham um pouco a mais para sair mais cedo na sexta-feira. No inverno, antecipam o fim do expediente em uma hora; no verão, em duas. Segundo Alessandra Ginante, vice-presidente de Recursos Humanos da empresa, essa é uma das formas de estimular os funcionários. "É uma forma de flexibilizar condutas sem perder desempenho e produtividade", diz. Todos os funcionários administrativos e gerenciais podem aderir à prática. * Por ter ações negociadas na bolsa de valores dos Estados Unidos, a Avon não divulga dados locais,**Faturamento estimado pelo Guia EXAME Melhores e Maiores 2012
Número de funcionários: não divulgado pela empresa. Faturamento: não divulgado pela empresa. Ao funcionário da Avaya, basta cumprir suas oito horas diárias - não importa a que horas entrem ou saiam da empresa. "Às vezes as pessoas levam um tempo para se acostumar com a disciplina necessária para flexibilizar seu horário", conta Laura Lafayette, diretora de Recursos Humanos da Avaya Brasil. No entanto, às 20h, todas as luzes se apagam - ir embora da empresa passa a ser uma obrigação. "É justamente para evitar que as pessoas fiquem aqui até tarde", diz.
Número de funcionários: 13.300 no Brasil Faturamento: 13,6 bilhões de reais em 2012 Na Unilever a flexibilidade de horários é total. Basta um acordo entre equipe e gerência para que a política vire prática dentro dos times. Todos os funcionários a partir do nível de coordenação são elegíveis - analistas, estagiários, entre outros, ficam de fora. "Nós adotamos uma dinâmica mista, para que aquilo faça sentido dentro da dinâmica de cada grupo de trabalho", diz Lucyane Rezende, diretora de Recursos Humanos da empresa. Atualmente, a adesão é de 30% a partir do nível de gerência.
Número de funcionários: 180 no Brasil Faturamento do grupo: 5 bilhões de dólares* em 2011 Com o objetivo de tornar o ambiente de trabalho mais dinâmico e produtivo, a Bacardi Brasil deixou o gerenciamento de atividades nas mãos do funcionário - contanto que cumpra as oito horas diárias. A entrada pode acontecer entre as 7h e as 11h - a saída entre as 16h e as 20. "Isso possibilita adequações ao horário de rodízio, preferências pessoais e a conciliação com compromissos pessoais", diz Raquel Alvarenga, diretora de Recursos Humanos da Bacardi PUB - Paraguai, Uruguai e Brasil. Gerentes, diretores, funcionários de áreas administrativas e técnicos de segurança são elegíveis ao período flexível - atualmente são 158 adeptos. "O colaborador deve apenas manter o seu gestor previamente alinhado sobre o horário de entrada e saída", diz Raquel.* Estimativa do The Wall Street Journal
Número de funcionários: 13 500 no Brasil Faturamento: 4,3 bilhões de reais* em 2011 As possibilidades de flexibilidade são muitas para os funcionários da Bosch no Brasil, situada em Campinas. Segundo Gustavo Ciciline, gerente de Recursos Humanos, são quatro práticas disponíveis: a jornada flexivel, os turnos administrativos começando a cada duas horas, a jornada parcial e o trabalho totalmente remoto. "Como a implantação desse projeto começou em janeiro, temos apenas 5% do nosso público interno aderido às práticas de flexibilidade", diz. "Nossa legislação não permite muita flexibilidade na jornada de trabalho para muitas posições."* Faturamento estimado pelo Guia EXAME Melhores e Maiores 2012
Número de funcionários: 2 000 no Brasil Faturamento: 3,71 bilhões de dólares no mundo Na Unysis, a política de flexibilidade de horários ainda não está formalizada, mas é constantemente utilizada por aqueles que não têm controle de jornada - aproximadamente 15% da força de trabalho. Adriana Albuquerque, diretora de Recursos Humanos da Unisys Brasil, concorda que suas limitações estão na legislação trabalhista, uma vez que a empresa já tem uma larga cultura de flexibilidade pelo mundo. "Quem reporta para fora do país, por exemplo, tem o horário totalmente adptável", diz. "Para quem trabalha com fuso horário, a flexibilidade é uma demanda muito grande."
Número de funcionários: 1 000 no Brasil Faturamento: 400 milhões no mundo Uma mudança de escritório para a região de Barueri potencializou a necessidade da Softtek em flexibilizar suas jornadas de trabalho. Letícia Cupertino, diretora de Recuros Humanos da empresa, explica o funcionário deve estar na empresa no horário núcleo das 10h às 16h. As outras duas horas podem ser adicionadas antes ou depois, a gosto do freguês. A Softtek, que tem 55% da sua força de trabalho composta por Geração Y, já vê a importância da qualidade de vida no cotidiano. "O mercado vem se transformando muito com as demandas dos jovens e observá-los é um compromisso cada vez mais forte para nós", diz.
Número de funcionários: 4 200 no Brasil Faturamento: 2,9 bilhões de reais em 2012 Há três anos, a 3M implantou a sua política de flexibilidade para uma parte de seus funcionários - 2 500 são da manufatura e não são elegíveis ao programa. É preciso cumprir as oito horas diárias e estar presente no horário núcleo entre as 10h e as 15h. Outras compensações podem ser negociadas, desde que não haja saldo de horas no final. "Não pretendemos criar um sistema de banco de horas paralelo, que esteja fora do acordo com o sindicato", diz José Fernando do Valle, diretor de Recursos Humanos da 3M.A ideia foi agregar qualidade de vida ao cotidiano de seus funcionários. "Quando começamos a cuidar o bem-estar dos funcionários, o horário flexível virou necessidade natural", diz Valle.
Florianópolis tem muitas lições a oferecer às cidades brasileiras. Foi ali que surgiu a primeira incubadora tecnológica do país. A cidade hoje lidera o ranking de startups e tem um prefeito ‘tiktoker’ oriundo do setor de TI, o que faz toda a diferença, segundo a colaboradora de EXAME Cláudia Rosa