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Inflação dos alimentos nos EUA: manteiga sobe mais de 30%, em novo recorde

Ao mesmo tempo, refeições nas escolas aumentam 45% após fim do programa de subsídios do governo, criado para aliviar os efeitos econômicos da pandemia

Inflação dos alimentos nos EUA: aumentos de mais de 30% (Scott Olson/Getty Images/Getty Images)

Inflação dos alimentos nos EUA: aumentos de mais de 30% (Scott Olson/Getty Images/Getty Images)

CA

Carla Aranha

Publicado em 19 de outubro de 2022 às 14h32.

Última atualização em 19 de outubro de 2022 às 16h29.

Os consumidores americanos pagaram 45% a mais por refeições nas escolas em setembro em comparação ao mês anterior, segundo dados do Departamento de Trabalho dos Estados Unidos. No ano, a alta chega a 91%. A decisão do governo de suspender um programa de refeições grátis nas escolas, implementado como parte do pacote de medidas de alívio econômico da pandemia, vem colaborando para o aumento de preços — mas, na visão do mercado, isso é só uma parte do problema.

Vários itens alimentícios vêm batendo recordes de preço. Os cereais foram remarcados em 17,7% em setembro na base anual, de acordo com o governo americano. Em relação à manteiga e à margarida, o reajuste foi de 32,2%, também em comparação aos últimos 12 meses. As sopas prontas registraram uma alta de 20,5%, enquanto o preço das frutas congeladas subiu 14,1%.

A inflação dos alimentos chegou a 0,8% em setembro, em comparação a agosto. Os aluguéis, outro indicador importante da alta de preços, subiram em igual porcentagem, na maior alta desde junho de 1990. Com o acumulado em setembro em 8,2% (diante de 8,3% em agosto), novas altas na taxa de juro, na casa de 0,75 ponto percentual, são esperadas em novembro.

Guerra

O aumento no preço do petróleo, com a guerra na Ucrãnia e a imposição de sanções à Rússia, é um dos principais responsáveis pela disparada inflacionária. A cotação do combustível, utilizado para o transporte de carga e por diversos segmentos industriais, entre eles o petroquímico, vem subindo desde o início do conflito no Leste Europeu. Há alguns dias, com o anúncio da Opec em restringir a produção, o preço do barril passou a US$ 90 — ainda longe dos US$ 130 de março, mas cerca de 10% acima dos valores de dezembro do ano passado.

Nesta terça, dia 18, o governo americano decidiu utilizar 15 milhões de barris de sua reserva de petróleo, em uma tentativa de aliviar os preços. O presidente Joe Biden deverá detalhar o plano nesta quarta, dia 19 — a ideia é liberar até 180 milhões de barris de petróleo até a chegada do inverno.

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