Supermineração de bitcoin corre risco de fechar na China por consumo de energia
Autoridades estão preocupadas com a eletricidade usada para a mineração, mas 74% da energia utilizada por mineradores de bitcoin do mundo vêm de fontes renováveis
Laura Pancini
Publicado em 2 de março de 2021 às 11h49.
Última atualização em 2 de março de 2021 às 11h56.
A região da Mongólia Interior , na China , quer proibir projetos de mineração de criptomoedas e encerrar todas as atividades existentes. O motivo, alega o governo chinês, seria para "reduzir o consumo de energia".
A mineração é um processo para gerar novas unidades de bitcoin . Com o crescimento das criptomoedas, a demanda por computadores de alta potência, que consomem um nível considerável de energia, também só aumenta.
De acordo com o projeto Cambridge Bitcoin Electricity Consumption Index da Universidade de Cambridge, a mineração de bitcoin consome cerca de 128,84 terrawatt-hora por ano de energia.Apesar do alto consumo energético, uma pesquisa da CoinShares Research mostra que 74,1% da energia utilizada por mineradores de bitcoin do mundo todo vêm de fontes renováveis, em especial usinas hidrelétricas, solares e eólicas.
O relatório da CoinShares mostra também que muitos geradores de energia renovável estão mal localizados e, por isso, subutilizados. Nesses casos, a mineração de bitcoin se tornou uma solução para o uso viável da energia produzida. Tudo isso já reduz consideravelmente o suposto dano ambiental do bitcoin.
No mercado de mineração global, a China é predominante devido à sua energia barata e é responsável por cerca de 65%. Para comparação, só a Mongólia Interior representa 8% e os Estados Unidos, 7,2%.
Com suposto intuito de reduzir o consumo de energia, a comissão de desenvolvimento e reforma do país traçou planos para reduzir o consumo de energia na Mongólia Interior porque a região "não cumpriu metas de avaliação do governo central" em 2019.
O presidente chinês Xi Jinping disse no ano passado que a China tem planos de ser mais ecologicamente correta, com metas para diminuir as emissões de dióxido de carbono até 2030 e alcançar a neutralidade de carbono até 2060. Porém, vale ressaltar que a revolução do bitcoin é uma ameaça ao país e favorece o controle total de Pequim, o que pode ser o motivo verdadeiro por trás da proibição dos mineradores.
De qualquer forma, o governo chinês segue com os planos de fechar todos os projetos de mineração existentes até abril deste ano. Outras indústrias, como a do aço e do carvão, também receberão uma reavaliação.
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