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Stablecoins são "tábua de salvação" em países com inflação alta, diz CEO da Tether

Responsável pela USDT, uma criptomoeda pareada ao dólar, Tether defende investimento em classe de ativos como forma de proteção de patrimônio

Stablecoins têm ganhado espaço no mercado (Reprodução/Reprodução)
Cointelegraph

Agência de notícias

Publicado em 22 de abril de 2024 às 06h00.

O principal objetivo da maior stablecoin do mundo, a USDT , é ajudar pessoas em economias afetadas pela inflação a proteger seu poder de compra, de acordo com o CEO da Tether, Paolo Ardoino. Em uma entrevista exclusiva, Ardoino afirmou que o foco principal da Tether é ajudar a população sem conta bancária, que não tem acesso aos bancos.

O executivo defende que a USDT é "uma ferramenta que ajuda pessoas em lugares esquecidos pelo setor bancário. Essas 300 milhões de pessoas não interessam ao setor bancário. São pessoas excelentes, mas não podem ser integradas pelo setor bancário porque são muito pobres para serem de interesse".

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Na visão de Ardoino, a "inflação desenfreada" está forçando pessoas em economias emergentes a buscar cada vez mais alternativas financeiras externas, como o dólar dos Estados Unidos. Este problema é especialmente urgente na Argentina, onde a moeda nacional perdeu 98% de seu valor em relação ao dólar, de acordo com Ardoino.

"O que você quer fazer se vive na Argentina, é comprar o dólar americano... Pensamos na USDT como a ferramenta que está ajudando as pessoas. Então, temos que nos concentrar em torná-la o mais segura possível. É por isso que temos títulos do Tesouro dos EUA, ouro e bitcoin. Mas agora nossa abordagem é estar 100% em títulos do Tesouro nos próximos trimestres ", destacou.

A USDT é pareada ao dólar e ocupa a posição de maior stablecoin do mundo, com uma capitalização de mercado de mais de US$ 109 bilhões, comparada ao USDC da Circle, com uma capitalização de mercado de US$ 33 bilhões em segundo lugar, de acordo com dados da CoinMarketCap.

Ardoino atribui o sucesso da Tether à identificação do mercado certo, que são pessoas que precisam de acesso a serviços financeiros e dólares. Em contraste, outros emissores de stablecoins estão tentando vender seus serviços para a indústria bancária tradicional, na visão do executivo.

O CEO disse que "nossos maiores concorrentes focam no setor bancário como seus clientes. Mas a indústria bancária já tem o melhor acesso ao dólar. Eles têm cartões de crédito, cartões de débito e infraestrutura bancária. Eles operam em jurisdições como Europa e Estados Unidos onde as pessoas não precisam de stablecoins".

O uso de stablecoins na Europa e nos Estados Unidos está "próximo de zero", explicou Ardoino, acrescentando que atender às pessoas sem conta bancária ao redor do mundo continuará sendo uma prioridade para o emissor de stablecoins.

"As pessoas que precisam de uma stablecoin são aquelas que vivem em mercados emergentes. E essas pessoas precisam de estabilidade. Elas precisam saber que, aconteça o que acontecer, podem resgatar uma unidade de USDT por US$ 1", ressaltou.

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