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FMI vê riscos depois de El Salvador tornar bitcoin moeda de curso legal

Porta-voz do FMI diz que nova lei pode implicar em uma série de riscos e desafios regulatórios e que entidade está em contato com autoridades salvadorenhas

Nayib Bukele, presidente de El Salvador (Bloomberg/Getty Images)
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Bloomberg

Publicado em 10 de junho de 2021 às 14h18.

Última atualização em 10 de junho de 2021 às 14h23.

A aprovação da lei que torna o bitcoin uma moeda de curso legal em El Salvador pode implicar em uma série de riscos e desafios regulatórios, afirmou nesta quinta-feira, 10, o porta-voz do Fundo Monetário Internacional (FMI), Gerry Rice.

"A adoção do bitcoin como uma moeda de curso legal levanda uma série de questões macroeconômicas, financeiras e legais, que requerem uma análise muito cuidadosa, então estamos acompanhando o desenvolvimento de perto e continuaremos a consultar as autoridades", disse Rice, em Washington (EUA). "Criptoativos podem gerar riscos ignificativos e medidas regulatórias efetivas são muito importantes para lidar com eles".

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Um time do FMI tem feito reuniôes virtuais com El Salvador nos termos do Artigo IV [do Convênio Constitutivo do FMI] a um possível programa de crédito "incluindo políticas de fortalecimento da governança econômica", disse Rice. A equipe do FMI vai se encontrar com o presidente salvadorenho Nayib Bukele nesta qunita-feira.

O Congresso de El Salvador aprovou nesta semana uma lei que obriga empresas locais a aceitar bitcoin como pagamento por bens e serviços. O presidente Nayib Bukele afirmou que a moeda digital vai ajudar a combater a desbancarização e favorecer o envio de remessas internacionais ao país.

Títulos públicos do país despencaram, jogando os rendimentos dos títulos com vencimento em 2025 para uma alta de 71 pontos, a 7,8%, às 11h40 desta qunita (horário de Brasília). Os títulos de el Salvador são os de pior performance entre os mercados emergentes nesta semana, segundo índice da Bloomberg Barclays.

"Os planos para o bitcoin sob um regime cada vez mais autocrático provavelmente só aumentarão as preocupações sobre corrupção, lavagem de dinheiro e independência das agências reguladoras”, escreveu Siobhan Morden, estrategista-chefe de Renda Fixa para a América Latina da Amherst Pierpont, em nota.

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