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Fundo bilionário aproveita queda e compra mais de R$ 90 milhões em ações da Coinbase

Ark Invest é liderado pela investidores veterana Cathie Wood, conhecida por apostar em projetos na área de tecnologia

Cathie Wood, responsável pelo fundo Ark Invest, segue apostando em empresas ligadas a criptomoedas (Alex Flynn/Bloomberg/Getty Images)
JP

João Pedro Malar

Publicado em 11 de janeiro de 2023 às 10h04.

O fundo bilionário Ark Invest, criado pela investidora queridinha de Wall Street Cathie Wood, está aproveitando as fortes quedas recentes nas ações da corretora de criptomoedas Coinbase para comprar mais papéis da empresa, reforçando sua aposta na companhia. De acordo com comunicados enviados aos seus clientes, já foram adquiridos quase US$ 19 milhões (cerca de R$ 99 milhões, na cotação atual) entre dezembro e janeiro.

A aquisição mais recente ocorreu na terça-feira, 10, quando o fundo comprou 33.756 ações da empresa, equivalentes a US$ 1,45 milhão. Em dezembro, foram realizadas duas aquisições, uma de US$ 12 milhões e outra de US$ 5,5 milhões.

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A corretora de criptomoedas, a maior dos Estados Unidos, enfrentou um ano difícil em 2022. A combinação de um cenário macroeconômico negativo com problemas internos do setor gerou uma queda de mais de 80% nos seus papéis, que caíram de US$ 232 para US$ 37,70.

Nos últimos dias, porém, a ação deu sinais de reação. O papel acumulou uma alta de mais de 20% nos 10 primeiros dias de janeiro, segundo dados do Investing. Mesmo assim, ele está está distante do pico de US$ 325,42, atingido em outubro de 2021.

Cathie Wood é conhecida por ser uma das principais defensoras de empresas e projetos ligados a criptomoedas. Em entrevistas recentes, ela não apenas defendeu a participação da Ark Invest na Coinbase como também reafirmou a tese de que o bitcoin atingirá uma cotação de US$ 1 milhão até 2030.

A Ark Invest chegou a US$ 50 bilhões em ativos sob gestão em 2021 e é especializando em aportes para projetos na área de tecnologia. Sobre a Coinbase, Wood avaliou que a exchange superará os problemas atuais do mercado e sairá "mais forte" após perder um importante competidor, a FTX.

Mas a própria Coinbase tem passado por problemas internos. Na terça-feira, o CEO da corretora de criptomoedas, Brian Armstrong, anunciou um corte de 20% no quadro de funcionários, representando 950 empregos. Ele atribuiu as demissões ao momento ruim do mercado.

Armstrong enfatizou que a Coinbase está “bem capitalizada” e que as criptomoedas “não vão acabar”, mas a empresa precisa proceder com novas demissões para manter a “eficiência operacional apropriada". Como parte de uma redução de pessoal, a exchange encerrará vários projetos com “menor probabilidade de sucesso”, observou o CEO, sem especificar quais exatamente seriam sacrificados.

Além disso, a empresa anunciou em 4 de janeiro um acordo com a Justiça dos Estados Unidos para pagar uma multa de US$ 50 milhões após ser considerada culpada em um caso de violação das leis do país sobre lavagem de dinheiro. A Coinbase se comprometeu a investir para melhorar suas políticas de prevenção à prática.

Analistas da Cowen rebaixaram as ações da corretora de criptomoedas no dia seguinte, cortando o preço-alvo de US$ 75 para US$ 36. Ao mesmo tempo, a Oppenheimer disse que ficou "encorajada" com as demissões anunciadas, indicando que a empresa pode "sair mais forte" do atual mercado de baixa.

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