"Cuidado com o otimismo, tendência para bitcoin e ethereum ainda é de queda", diz analista do BTG
Tendência de médio prazo para bitcoin e ether ainda é de queda, mas no curto prazo pode apresentar oportunidades interessantes, aponta analista técnico do BTG Pactual
Da Redação
Publicado em 27 de outubro de 2022 às 12h09.
Última atualização em 27 de outubro de 2022 às 12h15.
Por Lucas Costa*
O cenário de melhora na percepção de risco global ajudou o bitcoin a trabalhar novamente acima dos US$ 20 mil, acumulando uma valorização de aproximadamente 5,10% desde a última sexta feira, 21. O ether, criptomoeda nativa da rede Ethereum, também performou bem essa semana com 13,50% de alta, após ter falhado em romper a média móvel de 200 períodos do gráfico semanal. Nós temos de tomar cuidado com o otimismo, uma vez que a tendência de médio prazo ainda é de queda, mas de fato já temos uma melhora significativa no curto prazo em relação às últimas duas semanas.
O entendimento da dinâmica dos principais índices americanos é importante, uma vez que o bitcoin tem sido percebido pelos investidores institucionais como um ativo de maior risco dentro de suas carteiras. A relação entre a principal cripto e os contratos futuros de juros americanos também é bem clara, uma vez que cenários de queda nas taxas tendem a contribuir positivamente para o bitcoin. É importante lembrar que um princípio da economia é que os investidores preferem correr menos risco e exigem um prêmio para saírem da sua “zona de conforto”.
O gráfico diário do bitcoin mostra dois dias seguidos com máximas e mínimas mais altas que as anteriores, sinalizando aumento da pressão compradora. A região entre US$ 17,8 mil e US$ 20 mil atuou como um suporte forte do movimento de queda que acompanhamos desde junho de 2022, mostrando resiliência da cripto no cenário de queda dos principais índices das bolsas americanas. O volume de negociações tem aumentado nos últimos três dias, que deve trazer melhor definição de cenário. O movimento dominante ainda é de queda no médio prazo, mas acreditamos em recuperação no curto prazo, caso o preço se manter acima dos US$ 20 mil. A continuidade da alta tem objetivos nos topos anteriores em US$ 22,5 mil (setembro de 2022) e US$ 25 mil (agosto de 2022).
O ether vinha apresentando uma força relativa maior do que o bitcoin, lateralizando em patamares mais altos que o bitcoin. O gráfico diário tem rompimento do caixote formado entre US$ 1,2 mil e US$ 1,4 mil, mostrando uma nova agressão compradora e tentativa de reversão de tendência de baixa para alta. O ether naturalmente tem uma volatilidade maior e as pernadas de alta tendem a ser mais representativas do que o bitcoin. Acreditamos que a continuidade do movimento pode levar ao teste da média móvel de 200 períodos em US$ 1,72 mil e seu rompimento abre espaço para o teste do topo de agosto de 2022 em US$ 2,05 mil.
*Lucas Costa é mestre em administração e economista pela Universidade Federal de Juiz de Fora, atuou como pesquisador acadêmico e professor nas temáticas de blockchain, criptomoedas e comportamento de consumo, sendo um dos fundadores do grupo de pesquisa Blockchain UFJF. Foi operador de câmbio em mesa proprietária com foco em análise técnica, e trader pessoa física em mercado futuro. Atualmente, é analista técnico CNPI do BTG Pactual digital, e apresenta a sala ao vivo de análises de maior audiência do Brasil.
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