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Cocriador do Facebook e CEO de maior fundo de bitcoin discutem em rede social

Clientes de programa de renda passiva da Gemini estão com fundos congelados, e empresa culpa o gigante cripto Digital Currency Group

Cameron Winklevoss e Barry Silbert, dois gigantes do mundo dos criptoativos, discutiram no Twitter (Bloomberg/Getty Images)
JP

João Pedro Malar

Publicado em 2 de janeiro de 2023 às 15h11.

Última atualização em 2 de janeiro de 2023 às 15h26.

Cameron Winklevoss, um dos criadores do Facebook e CEO da Gemini, e Barry Silbert, CEO do gigante Digital Currency Group e dono do maior fundo de bitcoin do mundo, começaram 2023 discutindo no Twitter. Os empresários trocaram acusações sobre o congelamento de fundos de clientes após o colapso da FTX.

A tensão entre os dois CEOs começou quando a Genesis, uma das empresas controladas pelo DGC, anunciou que sua unidade de empréstimos suspenderia pagamentos a credores devido aos efeitos da falência da FTX. A Gemini era um desses credores, emprestando à empresa o dinheiro depositado por clientes em um programa de renda passiva chamado "earn".

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Segundo Winklevoss, mais de 340 mil clientes desse programa estão "aguardando por respostas" desde o anúncio do congelamento de saques pela Genesis, há mais de 40 dias. Ao todo, são US$ 900 milhões depositados por clientes e que não podem ser sacados até o momento.

Em uma carta aberta a Barry Silbert, o cocriador do Facebook disse que tentou "entrar em contato com você de boa fé e de forma colaborativa para chegar a uma resolução consensual para o pagamento desses US$ 900 milhões e ajudar a preservar seu negócio".

Entretanto, ele acusou o CEO de estar "praticando táticas de má- fé para postergar" uma resolução do problema. Ele cita supostas demandas de Silbert, como um plano detalhado por parte da Gemini e falta de acordo sobre prazos para pagamentos: "toda vez que pedimos por um comprometimento concreto, você se escondeu atrás de advogados, banqueiros e o processo".

"Depois de seis semanas, seu comportamento não é apenas completamente inaceitável, é inconcebível", disse o cocriador do Facebook. Ele acusou o DGC de dever US$ 1,67 bilhão para a Genesis, um dinheiro que a empresa "deve aos clientes da Gemini e outros credores" e que teria sido usado para recompras de ações e investimentos.

"Não esquecemos que você começou sua carreira como membro de uma empresa de reestruturação pós-falências, e nem que você trabalhou desesperadamente para tentar proteger a DGC dos problemas que criou na Genesis", disse Winklevoss a Silbert.

Ele afirmou ainda que "os clientes do earn estão cansados. Assustados. Muitos estão em uma situação dramática. E apesar disso tudo que precisaram enfrentar, estão sendo surpreendentemente pacientes. [...] Estamos pedindo pela última vez um comprometimento público para trabalharmos ju8ntos e resolver esse problemas até 8 de janeiro de 2023".

Respondendo à carta pelo Twitter, Silbert disse que a DCG não tomou um empréstimo de US$ 1,6 bilhão da Genesis e nunca deixou de pagar juros à empresa. O DCG entregou à Genesis e seus consultores uma proposta em 29 de dezembro e não recebeu nenhuma resposta".

https://twitter.com/BarrySilbert/status/1609926715454771200

Já Winklevoos aconselhou Silbert a "parar de tentar fingir que você e a DCG são espectadores inocentes e não tiveram nada a ver com a criação dessa bagunça. É completamente falso".

Ele questionou ainda se Silbert, criador do fundo Grayscale, se comprometeria ou não a resolver a questão até 8 de janeiro, mas não obteve uma resposta até o momento.

A Gemini é uma plataforma de negociação e empréstimos de criptoativos criada pelos irmãos Tyler e Cameron Winklevoss, que acusam Mark Zuckerberg de ter plagiado a ideia deles ao criar o Facebook. Já Barry Silbert é responsável por um dos maiores conglomerados do mundo cripto, que inclui a Genesis, o fundo de bitcoin Grayscale e a TradeBlock.

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