China vai lançar centro nacional para pesquisas sobre blockchain
Nova instituição apoiada pelo governo chinês busca acelerar a modernização da indústria do país
Cointelegraph Brasil
Publicado em 12 de fevereiro de 2023 às 09h00.
Apesar de sua repressão contínua às criptomoedas,incluindo com uma proibição federal para negociação e mineração, a China continua a adotar a tecnologia blockchain. O mais novo passo em direção a esse segmento foi o lançamento do Centro Nacional de Inovação em Tecnologia Blockchain na capital do país, Pequim.
De acordo com o relatório do jornal China Daily, o centro criará uma rede de pesquisa com universidades locais, think tanks e empresas do segmento para explorar as principais tecnologias da área. Os frutos dessa pesquisa serão usados para promover a digitalização da China e expandir sua indústria de Web3.
No comando da nova instituição está a Academia de Blockchain e Computação de Ponta de Pequim - uma entidade famosa por desenvolver a Chang'an Chain, ou blockchain ChainMaker. Esse blockchain já é apoiado por um ecossistema de 50 corporações empresariais, a maioria delas – como o China Construction Bank ou a China Unicom – de propriedade do Estado.
O número conhecido até a sexta-feira, 10, de transações por segundo (TPS) que a ChainMaker pode executar é de 240 milhões - um valor bem acima dos 100 mil TPS registrados em 2021, indicando o crescimento desse segmento no país nos últimos anos.
A China tem tentado passar ativamente a imagem de ser uma nação amigável ao blockchain nos últimos anos. Em setembro de 2022, seu governo afirmou que o país responde por 84% de todos os pedidos de patentes envolvendo a tecnologia registrados em todo o mundo.
Embora os números reais possam não ser muito diferentes, a taxa de aprovação é baixa, com apenas 19% do total de pedidos arquivados sendo aprovados. Juntamente com a pesquisa sobre blockchain, o desenvolvimento de uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) também é uma prioridade para o governo chinês.
Milhões de dólares em e-CNY, o yuan digital, foram distribuídos em todo o país para impulsionar sua adoção. No entanto, as transações cumulativas de e-CNY ultrapassaram apenas 100 bilhões de yuans (US$ 14 bilhões) em outubro de 2022.
Em meio aos esforços para acompanhar as inovações digitais, um ex-executivo do Banco Popular da China recentemente instou o país a revisar suas rígidas restrições contra criptomoedas. O ex-funcionário argumentou que uma proibição permanente poderia resultar em muitas oportunidades perdidas para o sistema financeiro formal, incluindo aquelas relacionadas a blockchain e tokenização.
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