Blockchain focado em smartphones lança cripto estável atrelada ao real
Celo, que tem como objetivo a criação de um ecossistema financeiro mais global e inclusivo e é um dos 100 maiores protocolos em blockchain do mundo, lança stablecoin cREAL
Gabriel Rubinsteinn
Publicado em 27 de janeiro de 2022 às 11h20.
Última atualização em 27 de janeiro de 2022 às 11h33.
O protocolo Celo, que tem como foco principal a criação de um ecossistema financeiro mais global e inclusivo, e para isso pretende acelerar a adoção da tecnologia blockchain através de produtos, serviços e soluções focadas nos usuários de smartphones, anunciou o lançamento de sua nova criptomoeda, a cREAL, cujo valor é atrelado ao da moeda brasileira.
Além do cREAL, a Celo tem outras três criptomoedas em circulação. O token CELO é a criptomoeda nativa da rede, usada para taxas de transação e também como token de governança da rede, enquanto o cUSD e o cEUR, que são atreladas ao dólar e o euro, respectivamente, podem ser usadas para pagamentos, transações e serviços financeiros.
Entre os serviços oferecidos estão aqueles ligados ao mercado financeiro tradicional, através de empresas parceiras, como carteiras e corretoras, permitindo o pagamento de contas, transações entre instituições, compras etc. Ao mesmo tempo, a Celo também conta com uma série de produtos e serviços financeiros descentralizados, via plataforma de DeFi e NFTs, para citar apenas dois exemplos.
A cREAL é uma stablecoin algorítmica descentralizada e cripto-colateralizada que rastreia o real. As stablecoins podem ajudar a mitigar o risco de volatilidade das criptomoedas, possibilitando que o valor de uma transferência acompanhe um valor fiduciário quando enviado e entregue.
Em comparação com as stablecoins apoiadas por fiat, as stablecoins algorítmicas que usam um mecanismo de estabilidade baseado em um smart contract de código aberto tendem a manter sua estabilidade com mais eficiência. Como esse tipo de mecanismo de estabilidade também é mais transparente, os usuários não estão sujeitos a crédito centralizado ou risco de contraparte.
Assim como o Celo Dollar (cUSD) e o Celo Euro (cEUR), o Celo Real (cREAL) é baseado no Mento, protocolo de estabilidade da Celo, e suportado por vários ativos digitais na Celo Reserve, incluindo BTC e ETH.
“A falta de transparência, altos custos e longos tempos de transação associados a stablecoins rastreadas em moeda fiduciária, historicamente, prejudicaram a experiência do usuário”, disse Markus Franke, sócio da cLabs, braço de desenvolvimento da Celo. “Por outro lado, a cREAL pode ser trocada com segurança por outras moedas fiduciárias e ativos digitais em segundos—apenas com um número de telefone celular—criando um caminho para as pessoas usarem novos produtos financeiros em suas comunidades locais”.
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A Celo é um dos 100 maiores protocolos em blockchain do mundo, atualmente com valor de mercado superior a US$ 1,2 bilhão. Entre seus criadores, especialistas em tecnologia com passagens por empresas como Visa, Google, Twitter, GoDaddy, Square, e de instituições como o MIT, o Banco Mundial, a Universidade de Harvard e o Federal Reserve (Fed).
O aumento do interesse do projeto no Brasil está relacionado à questões sociais e econômicas, já que um dos propósitos da empreitada é justamente promover a inclusão financeira, mas também é reflexo do cenário favorável às criptomoedas no país e o interesse da população por soluções e serviços que utilizam a tecnologia blockchain.
“A adoção de cripto em países emergentes — e em particular no Brasil — não sinaliza somente uma animação crescente com relação ao assunto, mas representa o avanço de casos de uso na economia real”, disse Camila Rioja, LatAm Lead da Fundação Celo. “Essa tração, combinada com o cenário regulatório, econômico e da comunidade no Brasil posicionam o país de forma única, e terreno fértil para que projetos como a Celo possam prosperar”.
O lançamento da cREAL pela Celo coincide com um aumento na adoção de criptomoedas no Brasil. No ano passado, segundo a CoinShares, o volume negociado no Brasil aumentou 2.247% em relação ao ano anterior, tornando o Brasil um dos mercados de criptomoedas que mais crescem na América do Sul.
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