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Bitcoin luta por estabilidade em US$ 20 mil enquanto grandes investidores vendem suas posições

Em queda, bitcoin luta para manter estabilidade de preços enquanto grandes investidores vendem suas posições; pequenos investidores continuam comprando

Grandes investidores de bitcoin são conhecidos como "baleias" (Liliya Filakhtova/Getty Images)

Grandes investidores de bitcoin são conhecidos como "baleias" (Liliya Filakhtova/Getty Images)

Cotado em US$ 20.329, o bitcoin tem variação de apenas 0,01% nesta quarta-feira, 31, de acordo com dados do CoinMarketCap. A maior criptomoeda do mundo mantém a estabilidade de preço enquanto fatores macroeconômicos seguem exercendo impacto no setor.

"As atenções permanecem muito direcionadas ao contexto macroeconômico, com o mercado bem sensível ao resultado de indicadores econômicos", comentou Ayron Ferreira, analista chefe da Titanium Asset Management.

Com volume de negociação em alta de 12%, grandes investidores vendem suas posições em bitcoin. O Índice de Medo e Ganância, utilizado para auxiliar investidores do mercado cripto na tomada de decisão, indica "medo extremo" em 23 pontos.

Segundo Ferreira, "qualquer notícia positiva de força da economia tende a ser interpretada como negativa" sobre o cenário econômico dos EUA. Isso porque "apesar de atrasar uma recessão, dá um sinal de que o processo de ajuste monetário precisa ser mais forte e duradouro".

O futuro do bitcoin ainda é incerto, de acordo com o especialista. O preço da maior criptomoeda está suscetível aos resultados de dados importantes para a economia dos EUA.

"Caso os dados de emprego venham mais fortes do que o esperado, poderemos ver uma piora do sentimento do mercado, pois reforçará a possibilidade de uma alta de 0,75 ou até mais agressiva, na reunião do Fed em setembro. Por outro lado, caso esses dados mostrem recuo, é possível vermos uma recuperação maior para o bitcoin e o mercado de ações", afirmou Ayron Ferreira.

Grandes investidores vendem posições

Dados da Glassnode revelam que as carteiras de bitcoin flutuaram entre 2 milhões e 2,3 milhões de endereços este ano, mas houve um declínio direto desde julho. Em parte, pela venda expressiva das posições de "baleias", ou seja, grandes investidores, que estariam se desfazendo de suas posições. Contudo, detentores conhecidos como "camarões" que são aqueles com menos de 1 bitcoin em suas carteiras, houve um aumento de acumulação, de acordo com dados do ITB.

(ITB/Reprodução)

A diferença na forma como os dois grupos reagiram às mesmas condições de mercado mostra como perceberam a situação e como o momento atual é desafiador para a maioria dos investidores, visto que cada grupo pode ter montado suas posições em faixas de preço diferentes, onde alguns podem ter tido prejuízo, por exemplo quem entrou na alta de US$ 69 mil, ou quem entrou na última alta dos US$ 40 mil. Enquanto outros estão, os menores certamente, estão realizando a compra média por dólar (DCA) ignorando a cotação e montando estoque pensando em um futuro rali.

Para as baleias, a incerteza atual do mercado as forçou a vender suas participações, especialmente quando o presidente do Federal Reserve (Fed) dos EUA, Jerome Powell, prometeu mais "dor" para a economia dos EUA.

(Mynt/Divulgação)

No entanto, à medida que agosto avançou, a taxa de acumulação entre baleias começou a diminuir. A incerteza macro global levou muitos grandes detentores a fugirem do risco e venderem suas participações em bitcoin. Muitos investidores estão antecipando um inverno difícil e procurando obter o máximo de liquidez possível.

As únicas entidades que ainda estocam bitcoins são os camarões, que continuaram acumulando mesmo quando a maioria dos grandes detentores começou a vender. Julho foi o mês de acumulação mais significativo para os pequenos detentores desde 2018, com os camarões aumentando seu saldo em mais de 60.000 BTC em um único mês. O segundo maior acúmulo foi em dezembro de 2017, quando o bitcoin atingiu sua maior alta de todos os tempos, quando os camarões acumularam 52.000 BTC em um mês.

No entanto, com o ativo lutando para quebrar a faixa entre US$ 20.000 - US$ 25.000, os camarões identificaram isso como o ponto de entrada ideal.

(Glassnode/Reprodução)

Ethereum

Cotado em US$ 1.590, o ether, moeda nativa da rede Ethereum, sobe 1,26% nas últimas 24 horas, de acordo com dados do CoinMarketCap. No momento, as expectativas de investidores estão todas na "The Merge", atualização que mudará a forma como as transações da rede são validadas, eliminando a mineração.

Dados da Santiment indicam que a diferença entre os 10 maiores endereços fora das exchanges e os endereços das exchanges para Ethereum está diminuindo. Nos últimos três meses, os principais endereços de baleias enviaram uma quantidade significativa de ether para exchanges, já os endereços que não são de exchanges tiveram um declínio de 11%, enquanto os endereços baseados em exchanges tiveram um aumento de 78%.

As baleias estão se posicionando esperando uma suposta queda que pode vir a ocorrer após a atualização mais importante da rede, que ocorrerá em 6 de setembro. Consequentemente, aumenta a chance do envio de tokens alternativos que devem ser gerados como oposição à migração, proposto pelos mineradores descontentes com a migração de PoW para PoS.

Atualmente, há sentimentos mistos sobre a migração para PoS e os benefícios potenciais da PoS não substituem a ausência de um limite de oferta e várias mudanças na política monetária ao longo do tempo. Portanto, ainda há muita incerteza em torno do ether.

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