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Banco Central tem compromisso com a tokenização da economia, diz diretor do Drex

Em evento, executivo da autarquia destacou que moeda digital brasileira deve mudar "paradigma dos serviços financeiros"

Drex tem previsão de lançamento para o público até o início de 2025 (Reprodução/Reprodução)
João Pedro Malar

Repórter do Future of Money

Publicado em 26 de outubro de 2023 às 10h44.

Fabio Araujo, diretor do Banco Central responsável pelo desenvolvimento do Drex , afirmou nesta quinta-feira, 26, que a autarquia possui um "compromisso com a tokenização da economia". O executivo também deu detalhes sobre os próximos passos no processo de criação de uma moeda digital de banco central (CBDC, na sigla em inglês) brasileira.

Araujo falou sobre o tema durante sua participação no evento Blockchain Finance Brazil, organizado pela Cantarino Brasileiro e pelo Blocknews. Questionado sobre as chances da versão digital do real não ser lançada, ele disse que "o risco do projeto não ser implementado é muito baixo", já que o Banco Central "tem um compromisso com a tokenização da economia".

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Nesse sentido, ele considera que possíveis riscos e entraves no projeto serão mais "uma questão de atraso temporal do que um risco de não lançar" o Drex. Na avaliação dele, "a privacidade é o maior risco, mas tem outros", como escalabilidade e as próprias questões de recursos humanos do Banco Central, pensando na falta de contratações na autarquia.

Segundo Araujo, o tema da privacidade representa um conjunto de problemas que "não estão bem encaminhados": "É difícil ainda de conseguir trazer um sistema para a população brasileira antes de resolver isso. A gente já tem a base da infraestrutura, a questão é de enquadrar à LGPD [Lei Geral de Proteção de Dados]".

Próximos passos do Drex

Entre as prioridades do Banco Central com o Drex nos próximos meses estão a exploração da questão de tokenização de ativos, a interoperabilidade entre a rede do Drex e outros blockchains e a integridade do ambiente de ativos virtuais, incluindo os tokenizados. Ao mesmo tempo, ele lembra que a autarquia já possui a competência para regulamentar esse segmento.

A ideia, afirma Araujo, é que o mercado de criptoativos conte com uma regulamentação específica - a chamada regulação infralegal - até o final do primeiro semestre de 2024. Outra prioridade do Banco Central será incentivar a construção de "diferentes tipos de serviços que vão poder ser agregados de uma maneira que quebra o paradigma dos serviços financeiros centralizados".

A autarquia espera que a combinação do Drex com o Open Finance resulte em uma "abertura de concorrência" no mercado financeiro, com o surgimento de novos serviços e produtos a partir de um "ambiente padronizado que pode ser facilmente acessado por novas empresas", a plataforma do Drex.

"A tokenização de ativos é a segunda camada do ecossistema do Drex. É uma proposta de que a migração de ativos para o ambiente digital aumenta a eficiência e reduz o custo de mercado", explicou o responsável pela CBDC brasileira.

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