Com expectativa de arrecadação recorde, FIFA distribui a maior verba da história para as seleções
Mais de R$ 2 bilhões devem ser repassados às federações nacionais; número é 10% superior em relação a 2018
André Lopes
Publicado em 21 de novembro de 2022 às 07h58.
Última atualização em 21 de novembro de 2022 às 07h58.
No domingo, 20, com o duelo entre Catar e Equador, começou a Copa do Mundo, o maior evento esportivo do planeta. Nesta edição, a FIFA promete entregar a maior distribuição de dinheiro em premiação da história da competição. O valor, que ultrapassa a casa dos R$ 2 bilhões, é 10% mais alto do que a quantia repassada para as federações nacionais há quatro anos.
A entidade tem previsão de arrecadar US$ 6,5 bilhões (mais de R$ 35 bilhões) nesta Copa do Mundo. Caso o prognóstico se concretize, será um crescimento de US$ 1,1 bilhão em relação à edição disputada na Rússia, que gerou US$ 5,4 bilhões para os cofres da FIFA. O recorde histórico de ganhos permite que a organizadora da competição pague US$ 42 mi (cerca de R$ 229 mi) para a seleção campeã.
"A Copa do Mundo sempre teve um apelo muito grande. Mas, com o crescimento das redes sociais, as transmissões via streaming e o surgimento de influencers relacionados ao futebol, a competição começou a ter um alcance multiplataforma. Consequentemente, houve um aumento no número de ativos comerciais disponíveis para as empresas parceiras. Essa nova realidade atrai novas marcas e eleva o valor arrecadado pela organizadora do evento”, afirma Pedro Melo, Chief Commercial Officer do Atlético-MG, responsável pela captação e gestão de patrocínios do clube.
No mesmo sentido, Armênio Neto, especialista em geração de receitas no esporte e que já fechou acordos de patrocínio de grandes marcas com a Confederação Brasileira de Futebol, como Kavak, TCL e Garena Free Fire, aponta as novas plataformas e o crescimento do valor dos direitos de transmissão como fatores importantes para o recorde histórico no valor das premiações.
"A cada edição, os direitos de transmissão se valorizam diante do impacto global e o crescente interesse pela Copa do Mundo, além da chegada do streaming. Tudo isso acaba influenciando no aumento dos valores. É válido ressaltar que a receita oriunda dos setores de hospitalidade, cada vez mais sofisticados, também entra na conta. Ainda temos a criação de novas propriedades e ativos, com toda uma camada digital sendo explorada. Esse conjunto de fatores eleva a receita do evento a níveis inéditos. E esse 'bolo' precisa ser distribuído entre os protagonistas do ‘show’, no caso, as seleções e seus atletas", explica Armênio.
Todas as seleções que vão para o campeonato recebem US$ 1,5 milhão como valor inicial. Para as equipes que caírem na fase de grupos, será depositado um total de US$ 9 milhões. Quem perder nas oitavas de final fica com US$ 13 milhões. Nas quartas de final, quem voltar para casa tem bonificação de US$ 17 milhões. A quantia varia entre os quatro melhores da Copa do Mundo: campeão, US$ 42 milhões; vice-campeão, US$ 30 milhões; terceiro, US$ 27 milhões; quarto, US$ 25 milhões.
"Disputar uma competição no nível da Copa do Mundo gera uma motivação enorme em todos os atletas. Muitos estarão realizando um sonho de infância e apenas isso basta. Porém, é impossível deixar totalmente de lado a questão financeira, que também tem grande relevância no esporte. A premiação pode não ser o objetivo principal, mas todos sabem que, quem chegar ao topo, será recompensado financeiramente por isso e com uma quantia muito significativa", diz Rogério Neves, CEO da Motbot, primeira plataforma de crowdfunding esportivo do país.