Caso Vini Jr.: "Podemos e devemos fazer mais" para combater o racismo, diz Lula em mensagem à ONU
Presidente enviou um vídeo para o Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes e afirmou que o Brasil está de "portas abertas" para receber uma sessão
Agência de notícias
Publicado em 30 de maio de 2023 às 17h10.
Última atualização em 30 de maio de 2023 às 17h29.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lembrou o caso de racismo sofrido pelo jogador brasileiro Vini Jr. e cobrou ações contra a violência de raça. Em vídeo enviado ao Fórum Permanente de Pessoas Afrodescendentes, Lula afirmou que "devemos e podemos fazer mais".
"O racismo transcende fronteiras, como ficou demonstrado nas constantes ofensas ao jogador de futebol brasileiro Vinicius Júnior. A lição que podemos tirar desses imperdoáveis episódios é que se, Vini Junior, um jovem de 22 anos, é capaz de se insurgir contra multidões hostis, não resta dúvida de que podemos e devemos fazer mais para interromper esse circuito desanimador de violência".
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O jogador brasileiro voltou a ser vítima de ataques racistas durante disputa entre Valencia e Real Madrid pela 35ª rodada do Campeonato Espanhol. A partida foi interrompida após parte da torcida presente no estádio Mestalla chamar o brasileiro de "macaco". O jogador fez uma declaração nas redes sociais, denunciando o crime.
No dia dos ataques, Lula encerrava a sua participação no G7, no Japão, e abriu seu pronunciamento final cobrando providência da La Liga e a Fifa para coibir o racismo nos estádios de futebol.
"Ele [ Vini Jr. ] foi fortemente atacado, sendo chamado de 'macaco'. Não é possível que, quase no meio do século 21, a gente tenha o preconceito racial ganhando força em vários estádios de futebol na Europa. Não é justo que um menino pobre, que venceu na vida, que está se transformando num dos melhores jogadores do mundo, certamente do Real Madrid é o melhor, ser ofendido em cada estádio que comparece" afirmou, completando: "Penso que é importante que a Fifa, a Liga Espanhola e as ligas de outros países tomem sérias providências porque nós não podemos permitir que o fascismo tome conta, e o racismo, dentro dos estádios de futebol".
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco , está representando o governo brasileiro no Fórum da ONU, que atua pela promoção e avanço dos direitos humanos das pessoas negras. No vídeo, Lula afirmou que o Brasil está "de portas abertas" para receber uma edição do Fórum.
"A delegação brasileira sob a liderança da ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, reitera seu compromisso com a bandeira da igualdade racial no âmbito interno e internacional, deixando portas abertas para a realização da sessão do Fórum no Brasil".