Só 13% dos países que aderiram à neutralidade de emissões têm planos de deixar combustível fóssil
O número corresponde aos países que assumiram pelo menos um compromisso de deixar aos poucos o uso, a produção ou a exploração de carvão, petróleo e gás
Agência de notícias
Publicado em 4 de dezembro de 2023 às 10h21.
Última atualização em 4 de dezembro de 2023 às 11h06.
A maior parte dos países que buscam neutralizar as emissões de carbono até agora não anunciou os planos para eliminar gradualmente os combustíveis fósseis. O alerta foi feito por um grupo de especialistas sobre o clima nesta segunda-feira, 4, em Dubai, durante a COP28.
O relatório do grupo 'Net Zero Tracker' aponta que uma das questões cruciais é se os países aceitarão reduzir ou eliminar gradualmente os combustíveis fósseis, principal fonte de emissões dos gases de efeito estufa (GEE) que aquecem o planeta.
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De acordo com o grupo, cerca de 150 países se comprometeram a alcançar a neutralidade das emissões, cobrindo 88% de todos os gases de efeito estufa em todo o mundo.
No entanto, apenas 13% desses países assumiram pelo menos um compromisso de eliminar gradualmente o uso, a produção ou a exploração de carvão, petróleo e gás, afirma o grupo, administrado por vários centros de pesquisa americanos e europeus.
É como comer gordura na dieta
"Um plano 'net zero’ que não diz de forma clara como eliminar gradualmente os combustíveis fósseis é como uma dieta da moda que permite comer tanta gordura quanto quiser", disse Thomas Hale, da Universidade de Oxford, co-autor do relatório.
O Net Zero Tracker analisou mais de 1.500 países, regiões, cidades e grandes empresas que se comprometeram com a neutralidade de carbono. Cerca de 95% das nações produtoras de petróleo e gás não se comprometeram a eliminar gradualmente a exploração.
Destaques
A análise é mais positiva no caso das empresas: 56% das empresas ativas na produção de carvão estão empenhadas, pelo menos parcialmente, em eliminar progressivamente este combustível com altas emissões.
As companhias africanas e europeias ocupam um lugar de destaque nos planos de eliminação progressiva, muito à frente das empresas dos Estados Unidos.
O relatório também elogia a Espanha, que incluiu planos legislativos para eliminar estes combustíveis, e a capital sueca, Estocolmo, que estabeleceu metas de redução de emissões, assim como o gigante energético dinamarquês Orsted, que se desvinculou dos combustíveis fósseis.