Ração que reduz metano emitido por vacas aguarda estreia na UE
O Bovaer já foi aprovado na UE para uso em gado de corte e leite, bem como ovelhas e cabras no Chile e também no Brasil, potência em carne bovina
Bloomberg
Publicado em 22 de novembro de 2021 às 14h18.
Última atualização em 22 de novembro de 2021 às 14h26.
Um aditivo alimentar que reduz o metano expelido pelas vacas - um dos fatores que mais contribuem para as emissões do setor agrícola - está mais perto de ser vendido na Europa.
A agência de supervisão de alimentos da União Europeia disse que o produto Bovaer, da empresa holandesa de nutrição Royal DSM, é seguro e eficaz para o gado leiteiro. A companhia não solicitou revisão sobre os níveis de segurança para outras categorias, como carne bovina. A Europa é o segundo maior produtor de leite do mundo, e o Bovaer já foiaprovadopara uso em gado de corte e leite, bem como ovelhas e cabras no Chile e também no Brasil, potência em carne bovina.
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O setor agrícola enfrenta mais pressão para se tornar mais verde, à medida que governos e investidores focam no combate ao aquecimento global. Reduzir emissões de metano é um dos desafios climáticos mais críticos para o mercado agrícola. Soluções também buscadas por empresas e pesquisadores incluem outrossuplementos,máscaras para vacase criação de gado “inteligente para o clima”.
O gado de corte e leite responde por cerca de 65% das emissões de gases de efeito estufa da pecuária, de acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). O Bovaer pode reduzir as emissões de metano de vacas leiteiras em cerca de 30%, disse um porta-voz da Royal DSM.
“Comparado com cinco a oito anos atrás, o mundo mudou drasticamente”, disse Dimitri de Vreeze, codiretor-presidente da DSM, em entrevista em outubro. “Governos, agricultores, consumidores e proprietários de nossas marcas estão cientes de que é um problema que precisamos enfrentar.”
A Comissão Europeia terá de aprovar a decisão da Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos antes de o Bovaer ser distribuído, o que normalmente demora cerca de seis meses. A aprovação da Comissão permitiria à Royal DSM iniciar o desenvolvimento do mercado para o produto na Europa no primeiro semestre do ano que vem, disse a empresa em comunicado.
Em regiões onde o produto já é permitido, agricultores podem comprar pré-misturas com o aditivo ou adicioná-lo em rações para vacas. A empresa também aguarda aprovação na Nova Zelândia e nos Estados Unidos.