ESG

O clima não vai mudar, ele já mudou, diz Instituto Clima e Sociedade

Gustavo Pinheiro, coordenador do portfólio de Economia de Baixo Carbono do ICS, é o convidado desta semana do podcast ESG de A a Z

Calor assustador na Sibéria bate recorde e escancara crise climática (AlexGcs/Getty Images)

Calor assustador na Sibéria bate recorde e escancara crise climática (AlexGcs/Getty Images)

RC

Rodrigo Caetano

Publicado em 14 de setembro de 2021 às 16h12.

Ganhos passados não são garantia de ganhos futuros. A frase é bem conhecida entre investidores. Por causa do aquecimento global, essa mesma lógica agora pode ser utilizada para o clima. “O passado já não é um indicativo seguro do que vai acontecer no futuro”, afirma Gustavo Pinheiro, coordenador do portfólio de Economia de Baixo Carbono do Instituto Clima e Sociedade (ISC), organização que promove a economia de baixo carbono. “As empresas e os investidores precisam se adaptar a um novo normal.”

Pinheiro é o convidado desta semana do podcast ESG de A a Z, produzido pela EXAME. O especialista analisou o último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), organização ligada à ONU que estuda os efeitos da interferência humana no aquecimento global. Os dados mostram que as mudanças climáticas já produziram efeitos permanentes. “Tivemos uma estiagem forte em 2000, outra em 2015 e agora mais uma em 2021”, diz Pinheiro. “Os eventos climáticos estão ficando mais fortes e com intervalos mais curtos.”

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Os números divulgados pelo IPCC mostram um planeta perigosamente próximo do ponto de inflexão climático, um patamar científico que estabelece o momento em que o aumento da temperatura global provoca mudanças permanentes nos ecossistemas. As chances dessa barreira ser ultrapassada em algum dos próximos cinco anos é de 40%, de acordo com o relatório.

Desde o final do século 19, a temperatura subiu entre 0,25°C e 1,2°C. O ponto de inflexão foi estabelecido em 1,5°C. Para o aquecimento global ficar abaixo desse patamar será necessário zerar as emissões de gases de efeito estufa o mais rápido possível, e até 2050, aponta o relatório.

Mesmo atingindo a meta de redução das emissões, Pinheiro destaca que o cenário não deve mudar no curto prazo. “Essa maior volatilidade climática vai continuar”, diz o pesquisador. “A consequência é que será preciso desenvolver novos modelos para prever o clima, uma vez que o passado não é mais garantia de futuro.”

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