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Para além dos celulares: Huawei lança sua primeira Smart TV

A número dois do mundo dos smartphones faz sua entrada em um mercado dominado até agora pelas sul-coreanas Samsung e LG e as japoneses Sony e Panasonic

 (Rodrigo Garrido/Reuters)

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AFP

Publicado em 10 de agosto de 2019 às 15h34.

A Huawei, proibida pelos Estados Unidos em um contexto de crescente rivalidade tecnológica com a China, apresentou neste sábado sua primeira smart TV, que virá equipada com seu próprio sistema operacional, o HarmonyOS, e começará a ser vendida a partir da próxima semana.

A gigante das telecomunicações chinês e número dois do mundo dos smartphones faz sua entrada em um mercado dominado até agora pelas sul-coreanas Samsung e LG, e as japoneses Sony e Panasonic.

Esta TV inteligente estará disponível a partir da próxima quinta-feira na China e será comercializada pela Honor, subsidiária da Huawei para uma clientela mais jovem, anunciou seu presidente, George Zhao, neste sábado.

A fabrilcante não excluiu o lançamento do dispositvo em outros mercados, apesar de não falar em datas.

"Não é uma simples televisão como a que conhecemos", alertou Zhao em uma conferência de desenvolvedores em grupo em Dongguan (sul da China).

O dispositivo, que utilizará o novo sistema operacional da casa - HarmonyOS -, é projetado como uma extensão de smartphones na tela grande e funciona no mesmo ecossistema.

Desta forma, o conteúdo pode ser sincronizado e convertido de um meio para outro.

O equipamento também incorpora uma câmera retrátil para fazer chamadas de vídeo e tecnologia de reconhecimento facial, destinada, por exemplo, a impedir que crianças acessem determinado conteúdo.

A nova televisão vai mostrar a implantação do sistema HarmonyOS, cujas características foram reveladas pela Huawei na sexta-feira.

Este sistema é a alternativa da Huawei, caso seja impossível usar o Android para sanções dos Estados Unidos.

Considerada a líder da tecnologia 5G, a Huawei foi incluída na lista negra do governo Trump por suspeita de servir como um canal para a espionagem chinesa, uma acusação que o grupo nega.

Consequentemente, as empresas americanas não são mais autorizadas, em tese, a vender seus produtos tecnológicos.

O grupo sempre defendeu publicamente o desejo de substituir o Android em seus telefones por um sistema operacional próprio, mas afirma ter sido forçado a fazê-lo pelas sanções dos Estados Unidos.

Além do Android, do Google, o único sistema operacional suficientemente ampliado é o iOS da Apple, disponível apenas no iPhone.

O Google também está trabalhando em um sistema de operacional multiuso, mas que ainda não está acessível.

Em 2010, a Microsoft tentou lançar uma versão móvel de seu Windows, mas conseguiu oferecê-lo apenas em seus próprios telefones celulares.

Quanto ao sistema isento de royalties Tizen, que a Samsung criou, é confidencial até o momento.

Sem acesso à versão completa do Android, dos populares serviços do Google e dos múltiplos aplicativos disponíveis na loja do Google Play, a Huawei poderá enfrentar dificuldades para conquistar os consumidores fora da China.

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