Economia

Zona do Euro tem problemas estruturais para crescer sem inflação

Jornal americano aponta rigidez do mercado de trabalho como uma das razões para que crescimento tímido do PIB conjunto já seja suficiente para disparada inflacionária

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h18.

Depois de três anos de estagnação, o ritmo de crescimento da economia européia, já nem um pouco emocionante, pode ter alcançado seu limite. A avaliação, publicada na edição desta quinta-feira (22/7) do americano The Wall Street Journal, é que dificuldades estruturais estão atrapalhando a expansão econômica dos 12 países que adotam o euro como moeda comum.

E, caso a economia cresça acima dos tímidos 2% ao ano atuais, vai acabar atiçando um processo inflacionário. A implicação imediata é a necessidade de majorar a taxa básica de juros da economia, hoje em 2% ao ano, mais cedo do que o previsto. A medida teria de ser adotada, apesar das implicações políticas, para controlar uma inflação anualizada que já atinge 2,4%, ou 0,4 ponto percentual acima do teto admitido pelo Banco Central Europeu (BCE).

O jornal americano diz que a maioria dos economistas concorda em que o único modo de tornar a zona do euro mais competitiva em termos globais é "facilitar contratações e demissões e eliminar restrições à ampliação da jornada de trabalho semanal".

Além disso, o crescimento da produtividade dos países da zona do euro desacelerou, caindo de 1,9% ao ano na década de 80 para 0,9% entre 1996 e 2003. Quando a produtividade supera o crescimento dos salários, explica o jornal americano, ajuda a afastar pressões inflacionárias, porque as empresas não precisam aumentar os preços para manter as margens de lucro. Isso dá espaço à política monetária, para que mantenha os juros baixos, impulsionando o investimento, o emprego e o crescimento.

Além de um mercado de trabalho rígido, com baixa produtividade, outros motivos estruturais para a encruzilhada européia seriam a lentidão para encampar a inovação tecnológica nos negócios e a baixa natalidade.

O BCE fixou em 2% a 2,5% a taxa anual de crescimento potencial, ou o máximo de expansão não-inflacionária sustentável. Economistas do banco J.P. Morgan preferem 1,5% a 2%, e do Credit Suisse First Boston estimam que ela não passa de 1,4%. O WSJ lembra que a taxa de crescimento potencial dos Estados Unidos é o dobro da projeção oficial européia.

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