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YPF pede investimento a Petrobras e propõe parcerias na AL

Júlio De Vido, ministro do Plenejamento argentino, pediu para que o Brasil aumente seus investimentos no setor petrolífero

O ministro negou que o pedido tenha sido feito para cobrir o vazio deixado pela Repsol YPF, expropriada pelo governo argentino nessa semana (©AFP/Arquivo / str/AFP)
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Da Redação

Publicado em 20 de abril de 2012 às 14h21.

Brasília - O ministro do Planejamento argentino, Julio de Vido, pediu nesta sexta-feira ao Brasil que aumente os investimentos no setor petrolífero e propôs que a Petrobras e YPF avancem em "negócios conjuntos" na América Latina, após a desapropriação dessa empresa antes sob controle da espanhola Repsol.

"Temos o desafio de avançar em negócios conjuntos tanto na Argentina quanto na região", declarou De Vido em entrevista coletiva junto ao ministro de Minas e Energia brasileiro, Edison Lobão.

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Para De Vido, "hoje a Argentina está recriando a presença do Estado na YPF" e decidiu tomar como "modelo" a Petrobras, uma empresa com a qual aspira desenvolver acordos de cooperação no âmbito argentino, mas também no espaço regional.

Em um tom claramente político, De Vido citou os ex-presidentes da Argentina Néstor Kirchner e do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, assim como o governante venezuelano, Hugo Chávez, entre os que "semearam a semente" da União de Nações Sul-americanas (Unasul) e de um novo modelo de integração latino-americano.

Essa "nova integração", como ressaltou De Vido, coloca a região em uma "etapa diferente" e em um novo tipo de cooperação, que no caso da Petrobras e da YPF representa "o desafio de fazer negócios juntos".

Garantiu que as relações entre a Argentina e o Brasil são "muito fortes" e garantiu que serão ainda mais, nos moldes dessas "novas cooperações" que surgem após a nacionalização da YPF.

Lobão confirmou que De Vido pediu expressamente que a Petrobras aumente os investimentos no mercado de hidrocarbonetos argentino, que neste ano são estimados em US$ 500 milhões, a mesma quantia que a empresa brasileira investiu no país vizinho durante o ano de 2011.

Na reunião com De Vido também participou a presidente da Petrobras, Maria das Graças Foster, e Lobão garantiu que tanto a empresa quanto o próprio Governo brasileiro estão dispostos a fazer "todos os esforços necessários" para atender ao pedido argentino.


Esclareceu, no entanto, que a capacidade de investimento da Petrobras é "limitada", pois tem fortes compromissos na prospecção e exploração de novos campos no Brasil, especialmente na região do chamado pré-sal, um novo horizonte de hidrocarbonetos situado em águas profundas do Oceano Atlântico.

De acordo com De Vido, a participação da Petrobras no mercado de combustíveis da Argentina é atualmente de 8%, mas pode chegar a 15% no curto prazo com reforço de investimentos.

O ministro argentino, quem foi designado interventor da YPF após a desapropriação de 51% das ações que estavam em mãos da Repsol, negou de forma taxativa que o pedido de novos investimentos ao Brasil tenha o objetivo de cobrir o vazio deixado pela empresa espanhola.

"Petrobras não substituirá ninguém", afirmou De Vido. Ele admitiu, porém, que tem mantido conversas com outras grandes empresas petrolíferas do mundo a fim de que reforcem os investimentos na Argentina.

Nesse sentido, precisou que nesta quinta-feira se reuniu com diretores da empresa francesa Total e apontou que na próxima semana fará o mesmo com representantes das americanas Chevron e Exxon.

Garantiu que desde que foi designado interventor da YPF não teve "contato algum" com representantes da empresa chinesa Sinopec. Fontes do mercado apontam que a companhia chinesa tem a intenção de ocupar o espaço aberto com a saída da Repsol.

De Vido também afirmou que o conflito da Petrobras com as autoridades da província argentina de Neuquén, que cancelaram uma concessão da empresa brasileira, está sendo negociado e em vias de ser solucionado.

"Há uma pequena diferença que está em vias de ser resolvida", declarou o ministro argentino, quem especificou que a decisão final depende das autoridades provinciais, que são "autônomas".

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