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Vendas do varejo caem 2,5% em março ante fevereiro, afirma IBGE

Queda do varejo em março ante fevereiro foi a mais acentuada desde março de 2003

Varejo: as vendas do varejo do setor acumularam crescimento de 1,6% no ano (Mario Tama/Getty Images)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 13 de maio de 2020 às 09h54.

Última atualização em 13 de maio de 2020 às 11h25.

As vendas do comércio varejista caíram 2,5% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal, informou nesta quarta-feira, 13, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística ( IBGE ). O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, do sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, que esperavam desde uma queda de 16% a avanço de 0,8%, mas foi melhor que a mediana, que apontava queda de 4,7%.

A queda de 2,5% nas vendas do comércio varejista em março ante fevereiro foi a mais acentuada desde março de 2003, quando tinha recuado 2,7%.No varejo ampliado, que inclui as atividades de veículos e material de construção, a baixa de 13,7% em março ante fevereiro foi a mais aguda da série histórica iniciada em 2003.

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Na comparação com março de 2019, sem ajuste sazonal, as vendas do varejo tiveram baixa de 1,2% em março de 2020. Nesse confronto, as projeções iam de uma queda de 20% a elevação de 4 5%, com mediana negativa de 3,6%.

As vendas do varejo restrito acumularam crescimento de 1,6% no ano e alta de 2,1% em 12 meses.

Quanto ao varejo ampliado, que inclui as atividades de material de construção e de veículos, as vendas caíram 13,7% em março ante fevereiro, na série com ajuste sazonal. O resultado veio dentro do intervalo das estimativas dos analistas ouvidos pelo Projeções Broadcast, que esperavam um recuo entre 22,5% e 7,8%, com mediana negativa de 14,35%.

Na comparação com março de 2019, sem ajuste, as vendas do varejo ampliado tiveram baixa de 6,3% em março de 2020. Nesse confronto as projeções variavam de uma redução entre 25,0% e 2,6%, com mediana negativa de 7,5%.

As vendas do comércio varejista ampliado ficaram estáveis no ano e tiveram aumento de 3,3% em 12 meses.

Em supermercados e artigos farmacêuticos, as vendas limitaram as perdas do varejo brasileiro em março, diante dos danos provocados pelas medidas de combate ao coronavírus.

O fechamento de lojas e comércio resultou em queda de 2,5% nas vendas varejistas em março na comparação com o mês anterior, de acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Entretanto, os setores considerados essenciais durante o período de isolamento social evitaram uma queda tão acentuada como a expectativa de recuo de 7,7% em pesquisa da Reuters.

Ainda assim, esse foi o pior resultado para março desde a queda de 2,7% vista e março de 2003, e com esses dados o primeiro trimestre terminou com perdas de 2% sobre os três últimos meses de 2019.

Na comparação com o mesmo mês do ano anterior, as vendas perderam 1,2%, primeira queda após 11 meses consecutivos positivos, ante expectativa de recuo de 6% nessa base de comparação.

Entretanto, o fechamento de lojas físicas levou a perdas nas seis outras atividades pesquisadas. E as incertezas em torno dos impactos da pandemia sobre a economia e o mercado de trabalho --com demissões e reduções de salários-- ajudam a refrear o consumo.

"Há uma clareza de que a pandemia e o isolamento social já tiveram um expressivo reflexo no resultado de março", disse o gerente da pesquisa, Cristiano Santos. "As atividades negativas refletem exatamente aqueles setores afetados por medidas de restrição e isolamento, especialmente a partir da segunda metade de março."

Segundo ele, do total de 36,7 mil empresas consultadas, 14,5% registraram o impacto da Covid-19 como principal causa de variação das suas receitas.

As vendas de Tecidos, vestuário e calçados caíram 42,2%, as de Livros, jornais, revistas e papelaria despencaram 36,1%, e as de Outros artigos de uso pessoal e doméstico caíram 27,4%.

Também apresentaram perdas Móveis e eletrodomésticos (-25,9%), Equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-14,2%), Combustíveis e lubrificantes (-12,5%).

Por outro lado, as vendas de Hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo dispararam 14,6%, enquanto as de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos subiram 1,3% em março frente a fevereiro.

O setor de hiper e supermercados, de acordo com o IBGE, tem uma participação expressiva no comércio, que cresceu ainda mais em março.

"No mês passado estava abaixo de 50%, em março saltou para 55% no peso no varejo e isso faz com que o índice tenha sido segurado por essa atividade", explicou Santos. "(O salto da atividade) reflete a quarentena e a substituição de compras de outras atividades por compras nos mercados, que têm além de alimentos e produtos de informática, móveis e livros e acabaram absorvendo."

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