Economia

Vendas de carne do Brasil caem 2,2% no 1o trimestre

A receita com a exportação de carne bovina do país nos três primeiros meses do ano atingiu 1,22 bilhão de dólares, queda de 0,5 por cento ante o mesmo período de 2011

Segundo dados da Abiec, o Brasil vem ampliado seu mercado consumidor, com vendas para a Líbia, EUA e Angola (Matt Cardy/Getty Images)

Segundo dados da Abiec, o Brasil vem ampliado seu mercado consumidor, com vendas para a Líbia, EUA e Angola (Matt Cardy/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2012 às 15h34.

São Paulo - A exportação de carne bovina do Brasil no primeiro trimestre de 2012 somou 258,5 mil toneladas, queda de 2,2 por cento ante o mesmo período de 2011, refletindo em parte o forte recuo nas vendas para o Irã, informou nesta segunda-feira a Abiec, entidade que representa os exportadores.

A receita com a exportação de carne bovina do país nos três primeiros meses do ano atingiu 1,22 bilhão de dólares, queda de 0,5 por cento ante o mesmo período de 2011.

Já o preço médio da carne bovina exportada pelo Brasil no trimestre foi de 4.733 dólares por tonelada, alta de 1,7 por cento ante o mesmo período de 2011.

Os dados da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) mostram que o setor sentiu o efeito da queda na exportações para o Irã, terceiro maior importador em 2011, com um participação de 12 por cento.

Neste ano, o país não figura nem entre os dez principais importadores, devido às sanções econômicas impostas por Estados Unidos e UE por conta do programa nuclear iraniano.

As vendas para o Irã despencaram 92,2 por cento em volume, para 3,14 mil toneladas, contra 40,6 mil toneladas nos primeiros três meses de 2011.

Principais mercados

A Rússia permaneceu como o principal destino da carne bovina brasileira, apesar de ainda manter o embargo parcial a frigoríficos de três Estados brasileiros -Mato Grosso, Rio Grande do Sul e Paraná.


O mercado russo recebeu 60,1 mil toneladas no trimestre com uma receita de 265,6 milhões de dólares, quedas de 13 por cento e 12,7 por cento, respectivamente.

O segundo mercado consumidor no período foi Hong Kong, com aumento de 23,6 por cento no volume, de 54,9 mil toneladas, e crescimento de 41,3 por cento da receita obtida, que somou 211,4 milhões de dólares.

O salto na receita se explica pelo embarque de outros tipos de cortes. "Desde o anúncio da abertura da China, Hong Kong passou a configurar um cardápio diferente de cortes, cortes que no passado não eram adquiridos", disse o presidente da Abiec, Antônio Camardelli, a jornalistas nesta segunda-feira.

OTIMISMO Camardelli disse ainda que a entidade mantém suas previsões de encerrar o ano com receita de exportação acima de 6 bilhões de dólares, o que aconteceria pela primeira vez.

A expectativa da Abiec é que o setor reverta a queda de 10,8 por cento nas vendas totais do ano passado, quando foram embarcadas 1,09 milhão de toneladas, para um aumento de 10 por cento em 2012.

Segundo dados da Abiec, o Brasil vem ampliado seu mercado consumidor, com vendas para a Líbia, EUA e Angola, que passaram a figurar este ano na lista dos principais compradores, ainda que representem baixos volumes do produto.

"Essa inserção (de novos países) me leva a ser otimista", disse Camardelli.

Acompanhe tudo sobre:Comércio exteriorExportaçõesIndústriaPreços

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor