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Trecho da BR-153 vai a leilão na próxima semana

Serão 624,8 quilômetros da BR-153, de Anápolis (GO) a Aliança do Tocantins (TO), com uma tarifa de pedágio máxima de R$ 9,22

BR-153 em Tocantins: a estimativa de investimentos caiu de R$ 6,5 bilhões para R$ 4,31 bilhões (Arquivo/CNT)
DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2014 às 10h26.

Brasília - Na semana que vem, o governo vai leiloar o último trecho de rodovia da primeira etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL).

Serão 624,8 quilômetros da BR-153, de Anápolis (GO) a Aliança do Tocantins (TO), com uma tarifa de pedágio máxima de R$ 9,22 para cada 100 quilômetros.

Mesmo com as construtoras reticentes em entrar em novos negócios, a expectativa do ministro dos Transportes, César Borges, é que haja em torno de quatro propostas.

Ele, porém, não se comprometeu com estimativa de deságio. Nos últimos leilões realizados em 2013, o desconto oferecido pelas concessionárias sobre o pedágio máximo ultrapassou os 50%. As propostas deverão ser entregues no dia 21, mas os envelopes só serão abertos na Bolsa de Valores no dia 23.

A rodovia vai a mercado depois de ter sofrido ajustes para melhor se adequar aos planos das construtoras. Originalmente, o trecho teria 813,8 km e iria de Anápolis a Palmas (TO).

Foi encurtada após uma série de conversas do ministro com os interessados, que preferem trechos mais curtos. Com o encurtamento, a estimativa de investimentos caiu de R$ 6,5 bilhões para R$ 4,31 bilhões.

A estratégia de conversar antes com os possíveis participantes do leilão foi adotada pelo governo depois do fracasso da licitação da BR-262 no Espírito Santo e em Minas Gerais, para a qual não apareceu nenhum candidato.

Depois desse episódio, a ordem foi conversar antes e fazer os ajustes que fossem necessários para garantir o maior número de concorrentes.

Incertezas

É por essa razão que Borges hesita em lançar o edital da primeira ferrovia do PIL, o trecho entre Campinorte (GO) e Lucas do Rio Verde (MT).

Ele não sente a intenção firme das construtoras em participar do certame - seja pela pouca disponibilidade para assumir empreitadas de peso, seja pelas incertezas que ainda cercam o negócio.

Na área técnica, há uma avaliação diferente. O ministro estaria com essa impressão de pouco interesse porque estaria conversando com os interlocutores errados.

Por essa linha de entendimento, o diálogo não deveria se dar com as empreiteiras, que encaram a ferrovia como uma obra pública, e sim com grupos que combinem construtora e especialistas em ferrovias.

Isso porque a concessionária não vai ganhar dinheiro só na obra, como parece ser a abordagem mais geral. Há o ganho também com a operação da linha férrea.

Já há alguns grupos estruturados dessa maneira. Segundo técnicos, construtoras trouxeram consultores ferroviários do exterior para o trabalho. Há, por exemplo, uma equipe australiana estudando a proposta brasileira. Também foram contratados especialistas espanhóis.

Os preparativos para o leilão continuam na área técnica. Uma minuta do edital deverá ser concluída esta semana, após o que dependerá apenas de uma avaliação política para ir à praça.

Também para os próximos dias, serão acertados os últimos detalhes para o seguro garantia para os concessionários em ferrovia. As discussões estão a cargo do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli.

Garantia

Pela versão que circulava na semana passada, o Tesouro dará garantia ilimitada às futuras concessionárias. Elas terão acesso direto a recursos que vão cobrir a diferença entre o valor da capacidade de carga que terão a oferecer e a capacidade efetivamente vendida aos transportadores ferroviários.

Originalmente, esses pagamentos seriam intermediados pela estatal Valec. A ideia, porém, enfrentou muita resistência das empresas, que não tinham certeza se haveria dinheiro para essa finalidade ao longo dos 30 anos de concessão.

Isso ficou conhecido como "risco Valec". O desenho a ser apresentado pelo governo permite que os recursos do Tesouro sejam acessados diretamente pelas concessionárias. Isso, na avaliação técnica, supera os receios do setor privado.

Está prestes a ser divulgado também o regulamento do Operador Ferroviário Independente (OFI), uma nova figura criada. Atualmente, os concessionários de linhas férreas são também os principais transportadores.

Pelo novo modelo, as duas atividades serão separadas: haverá o operador da linha e o transportador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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Brasília - Na semana que vem, o governo vai leiloar o último trecho de rodovia da primeira etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL).

Serão 624,8 quilômetros da BR-153, de Anápolis (GO) a Aliança do Tocantins (TO), com uma tarifa de pedágio máxima de R$ 9,22 para cada 100 quilômetros.

Mesmo com as construtoras reticentes em entrar em novos negócios, a expectativa do ministro dos Transportes, César Borges, é que haja em torno de quatro propostas.

Ele, porém, não se comprometeu com estimativa de deságio. Nos últimos leilões realizados em 2013, o desconto oferecido pelas concessionárias sobre o pedágio máximo ultrapassou os 50%. As propostas deverão ser entregues no dia 21, mas os envelopes só serão abertos na Bolsa de Valores no dia 23.

A rodovia vai a mercado depois de ter sofrido ajustes para melhor se adequar aos planos das construtoras. Originalmente, o trecho teria 813,8 km e iria de Anápolis a Palmas (TO).

Foi encurtada após uma série de conversas do ministro com os interessados, que preferem trechos mais curtos. Com o encurtamento, a estimativa de investimentos caiu de R$ 6,5 bilhões para R$ 4,31 bilhões.

A estratégia de conversar antes com os possíveis participantes do leilão foi adotada pelo governo depois do fracasso da licitação da BR-262 no Espírito Santo e em Minas Gerais, para a qual não apareceu nenhum candidato.

Depois desse episódio, a ordem foi conversar antes e fazer os ajustes que fossem necessários para garantir o maior número de concorrentes.

Incertezas

É por essa razão que Borges hesita em lançar o edital da primeira ferrovia do PIL, o trecho entre Campinorte (GO) e Lucas do Rio Verde (MT).

Ele não sente a intenção firme das construtoras em participar do certame - seja pela pouca disponibilidade para assumir empreitadas de peso, seja pelas incertezas que ainda cercam o negócio.

Na área técnica, há uma avaliação diferente. O ministro estaria com essa impressão de pouco interesse porque estaria conversando com os interlocutores errados.

Por essa linha de entendimento, o diálogo não deveria se dar com as empreiteiras, que encaram a ferrovia como uma obra pública, e sim com grupos que combinem construtora e especialistas em ferrovias.

Isso porque a concessionária não vai ganhar dinheiro só na obra, como parece ser a abordagem mais geral. Há o ganho também com a operação da linha férrea.

Já há alguns grupos estruturados dessa maneira. Segundo técnicos, construtoras trouxeram consultores ferroviários do exterior para o trabalho. Há, por exemplo, uma equipe australiana estudando a proposta brasileira. Também foram contratados especialistas espanhóis.

Os preparativos para o leilão continuam na área técnica. Uma minuta do edital deverá ser concluída esta semana, após o que dependerá apenas de uma avaliação política para ir à praça.

Também para os próximos dias, serão acertados os últimos detalhes para o seguro garantia para os concessionários em ferrovia. As discussões estão a cargo do secretário executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli.

Garantia

Pela versão que circulava na semana passada, o Tesouro dará garantia ilimitada às futuras concessionárias. Elas terão acesso direto a recursos que vão cobrir a diferença entre o valor da capacidade de carga que terão a oferecer e a capacidade efetivamente vendida aos transportadores ferroviários.

Originalmente, esses pagamentos seriam intermediados pela estatal Valec. A ideia, porém, enfrentou muita resistência das empresas, que não tinham certeza se haveria dinheiro para essa finalidade ao longo dos 30 anos de concessão.

Isso ficou conhecido como "risco Valec". O desenho a ser apresentado pelo governo permite que os recursos do Tesouro sejam acessados diretamente pelas concessionárias. Isso, na avaliação técnica, supera os receios do setor privado.

Está prestes a ser divulgado também o regulamento do Operador Ferroviário Independente (OFI), uma nova figura criada. Atualmente, os concessionários de linhas férreas são também os principais transportadores.

Pelo novo modelo, as duas atividades serão separadas: haverá o operador da linha e o transportador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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