Economia

Tombini nega uso do câmbio para estabilizar inflação

"Nossa política é neutra para estabilizar inflação utilizando o câmbio", disse o presidente do BC


	Alexandre Tombini mencionou também concessões públicas como políticas de competitividade que podem fazer com que o Brasil recupere território
 (Ueslei Marcelino/Reuters)

Alexandre Tombini mencionou também concessões públicas como políticas de competitividade que podem fazer com que o Brasil recupere território (Ueslei Marcelino/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2013 às 16h53.

Brasília - O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, destaca que, para as exportações brasileiras, o fundamental é o câmbio real.

"De nada vale o câmbio desvalorizado, se a inflação estiver comendo por dentro a competitividade que o câmbio nominal dá ao exportador. E uma forma de fazer isso é ter uma política monetária adequada para esse momento. Para evitar que o enfraquecimento do câmbio nominal passe para a inflação", afirmou nesta terça-feira, 18, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) no Senado.

Tombini enfatizou que não há uso de política cambial "nem para incentivar a economia nem para estabilizar a inflação". "Nossa política é neutra para estabilizar inflação utilizando o câmbio."

Disse ainda esperar que a melhora do quadro externo tenha impacto positivo sobre as exportações do Brasil. Enquanto isso não ocorre, segundo Tombini, é importante uma política de competitividade, como foram a redução do custo de energia e as desonerações adotadas, "dentro de um quadro de sustentabilidade". Mencionou também as concessões públicas como políticas de competitividade que podem fazer com que o Brasil recupere território.

Transição

O presidente do BC relatou ainda que há um movimento de reposicionamento do mercado cambial e previu que este período de transição poderá ser longo. Na visão dele, diferente de outros períodos de volatilidade nos últimos cinco anos, desde a crise, neste momento há uma percepção de que a economia esta ganhando mais firmeza e não poderá ter mais estímulos. "Esta transição está sujeita à trepidação, mas nada tira a perspectiva de que o mundo fique melhor do que nos últimos cinco anos."

Acompanhe tudo sobre:Alexandre TombiniBanco CentralCâmbioEconomistasInflaçãoMercado financeiroPersonalidades

Mais de Economia

Brasil abre 201.705 vagas com carteira assinada em junho, alta de 29,5%

Poder de compra das famílias melhora, mas riscos seguem no radar

Pente-fino: Previdência quer fazer revisão de 800 mil benefícios do INSS até o fim do ano

Reino Unido tem rombo de 22 bilhões de libras em contas públicas

Mais na Exame