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Tereza Cristina pede que Índia corte taxas de importação sobre frango

Ministra da Agricultura brasileira está no país asiático, onde aguarda o presidente Jair Bolsonaro para discutirem parcerias comerciais o governo local

Tereza Cristina: "Nossos laços comerciais podem ser um ganha-ganha para ambos os países, uma vez que também queremos importar da Índia" (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 23 de janeiro de 2020 às 14h38.

Última atualização em 23 de janeiro de 2020 às 15h45.

Nova Délhi — O Brasil quer que a Índia reduza taxas sobre a importação de frango e produtos de frango, o que permitiria ao país aproveitar a crescente demanda indiana por esses produtos, impulsionada por um crescimento na renda e mudanças nos hábitos alimentares locais.

A Índia impõe taxas de importação de 100% sobre produtos de frango e de 30% sobre frangos inteiros, consideradas elevadas demais para que países como Brasil e EUA consigam avançar no mercado local, onde a indústria de frango tem crescido mais de 10% ao ano.

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"Nós gostaríamos de pedir à Índia que reduza suas tarifas sobre frango e produtos de frango, que são muito elevadas", disse à Reuters a ministra da Agricultura brasileira, Tereza Cristina, durante visita à Índia.

O Brasil também gostaria de importar uma série de produtos da Índia, afirmou ela.

"Nossos laços comerciais podem ser um ganha-ganha para ambos os países, uma vez que também queremos importar da Índia e oferecer conhecimento técnico nos quais podem também ter interesse", acrescentou.

Além do Brasil, os EUA também querem que a Índia reduza as tarifas de importação de frango-- um pedido que gera resistência da indústria local de frango, contrária a qualquer corte nas taxas.

O Brasil também quer trabalhar com a Índia no setor de produção de etanol, o que ajudaria o governo indiano a adotar uso de maior mistura de etanol na gasolina, segundo a ministra.

A Índia superou o Brasil como maior produtora de açúcar do mundo há dois anos, e a grande fabricação do adoçante desde então levou a um forte aumento nos estoques e a uma acentuada queda nos preços locais.

Agora, para deixar para trás o excesso de oferta, usinas indianas tentam diversificar o chamado mix de produção e utilizar uma maior parcela da cana para a fabricação de etanol --mas, diferentemente do Brasil, a produção do biocombustível é limitada na Índia.

Questionada se a delegação brasileira discutiu a questão dos subsídios da Índia para o açúcar, a ministra afirmou: "Nós não falamos nada sobre açúcar. O assunto já está na OMC (Organização Mundial do Comércio)."

O Brasil alega que as exportações de açúcar da Índia não estão em linha com regras da OMC e prejudicam a livre concorrência no mercado global. Além do Brasil, a Austrália e a Guatemala também questionaram os subsídios na OMC.

A Índia, que tem sofrido com excesso de oferta de açúcar, aprovou um subsídio de 10.448 rúpias (145,58 dólares) por tonelada para exportações na temporada 2019/20-- um movimento que incentivou usinas a buscar vendas no exterior.

O ministro de Assuntos do Consumidor, Alimentos e Distribuição Pública da Índia, Ram Vilas Paswan, pediu que Tereza permita que a Índia exporte sementes de milho e cebolas ao Brasil como medida de reciprocidade, uma vez que Nova Délhi já liberou vendas de commodities do Brasil, como milho, algodão e soja, ao país asiático.

Os primeiros pedidos da Índia para que o Brasil passasse a comprar sementes de milho e cebolas do país foram realizados em 2012.

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