Temer, Alckmin e Doria listam prioridades no Fórum Econômico
Três dos maiores atores da política nacional brasileira falaram na abertura da edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial em São Paulo
João Pedro Caleiro
Publicado em 14 de março de 2018 às 12h59.
Última atualização em 14 de março de 2018 às 14h10.
São Paulo - Na tarde desta quarta-feira (14), três dos maiores atores da política nacional listaram suas prioridades para o Brasil.
O encontro ocorreu na plenária de abertura da edição latino-americana do Fórum Econômico Mundial , realizada no hotel Grand Hyatt em São Paulo.
A sessão também homenageou Pelé, que estava presente, com o prêmio de "Cidadão Global" concedido pelo presidente do Fórum, Klaus Schwab.
Michel Temer
O presidente Michel Temer disse que os três vetores de seu governo foram responsabilidade fiscal, responsabilidade social e diálogo.
Ele afirmou que seus projetos sofreram “muitas incompreensões”, mas quando foram aprovados, receberam “aplausos absolutos”.
Temer citou o teto de gastos e a queda da inflação como conquistas de seu governo e disse que os juros estão "ainda em ritmo de queda”.
A afirmação ecoa a posição do mercado, que prevê um corte de 0,25 ponto percentual na taxa Selic na reunião da semana que vem, com decisão divulgada na quarta-feira (21).
O presidente justificou o adiamento da reforma da Previdência pela proximidade do ano eleitoral, mas afirmou que “não haverá candidato nessa eleição que não tenha que colocar sua posição" sobre o tema.
Ele diz que pode até ser possível votar uma reforma no final do ano, se for cessada a intervenção federal no Rio de Janeiro, e citou resistências ao projeto:
"Essas reformas eliminam alguns privilégios de classes mais abastadas. E houve fortíssima objeção porque ela não atinge os mais pobres, ela protege os mais pobres", afirmou o presidente.
Como política social de seu governo, ele citou o Plano Progredir, lançado em setembro, que vai prover capacitação e R$ 3 bilhões por ano em linha de microcrédito para beneficiários do Bolsa Família.
A ideia é gerar empregos para filhos de beneficiários "para que ao longo do tempo quem sabe possamos acabar" com o programa.
Citando a presença da imprensa e o risco de sua afirmação ser mal-interpretada, ele notou que não estava falando contra o programa e sim pregando sua "manutenção e evolução”, destacando inclusive que o reajuste dos valores concedidos deve ocorrer em breve.
Geraldo Alckmin
O governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin , listou três desafios principais do país: desigualdade de renda, segurança e abertura econômica.
Ele questionou o aumento do protecionismo no mundo e disse que ele "não é adequado. O caminho deve ser o da abertura, do comércio e da agenda da produtividade".
O governador também elogiou a gestão atual ao dizer que "a agenda que Temer colocou é a agenda do Brasil, necessária ao desenvolvimento do país".
João Doria
O prefeito de São Paulo, João Doria , bateu na tecla da desburocratização, apontando para a queda dos prazos necessários para abrir empresa na cidade, e do empreendedorismo.
Ele disse que "a vocação do brasileiro é para a atividade empreendedora", citando pesquisa da prefeitura em parceria com a FGV mostrando que 78% dos jovens na periferia da cidade desejam empreender.
Doria oficializou nesta semana sua pré-candidatura ao governo do Estado apesar de ter assumido na época de campanha o compromisso de completar o seu mandato como prefeito.
Ele disse hoje para a imprensa que firmar ou não firmar o compromisso, que foi documentado, tem o mesmo valor no cenário eleitoral.
Na sua fala no Fórum, Doria mencionou Bruno Covas, seu atual vice, como "futuro prefeito da cidade de São Paulo", destacando que ele seria o mais jovem a já assumir a função.