Pessoas olham vagas de emprego: resultado ficou acima da taxa de novembro de 2013, quando alcançou 4,6% (REUTERS/Paulo Whitaker)
Da Redação
Publicado em 19 de dezembro de 2014 às 08h59.
Rio de Janeiro - O desemprego no Brasil subiu a 4,8 por cento em novembro, acima do esperado devido à maior procura por vagas, porém com a renda média do trabalhador crescendo sobre o mês anterior.
A taxa de novembro segundo a Pesquisa Mensal de Emprego (PME) divulgada nesta sexta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ficou 0,1 ponto percentual acima da vista em outubro, e interrompeu série de quedas na taxa para o mês que vinha desde 2007. O resultado superou a mediana das expectativas em pesquisa da Reuters de 4,4 por cento, mas ficou abaixo da taxa mais alta do ano, de 5,1 por cento vista em fevereiro.
Em novembro, a população desocupada, que são as pessoas sem trabalhar mas à procura de uma oportunidade, avançou 4,4 por cento na comparação mensal, atingindo 1,192 milhão de pessoas. Já a população ocupada cresceu 0,5 por cento sobre outubro, chegando a 23,383 milhões de pessoas. O IBGE também informou que a renda média real subiu 0,7 por cento em novembro sobre outubro e avançou 2,7 por cento sobre um ano antes, a 2.148,50 reais.
Embora a taxa de desemprego permaneça em níveis historicamente baixos, o cenário econômico brasileiro fraco somado à inflação elevada e à alta dos juros tem provocado perda de ímpeto do mercado de trabalho.
O Brasil teve em novembro a pior abertura de vagas formais de trabalho para o mês, apenas 8.381 postos, de acordo com números do Ministério do Trabalho, com elevadas demissões na construção civil, indústria e agricultura e menor oferta de vagas no setor serviços.
Pelos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, cujo objetivo é que substitua a PME, a taxa de desemprego ficou estável em 6,8 por cento no terceiro trimestre, com queda no emprego com carteira assinada no setor privado.
Para o próximo ano, a tendência é que o Brasil experimente uma reversão da queda do desemprego e da tendência de ganhos reais de salários, a não ser que haja uma mudança nas expectativas dos empresários.