Economia

Taxa de desemprego no Brasil permanece em 6,8% no 3º tri

Brasil atingiu taxa média de desemprego de 6,8 por cento no terceiro trimestre de 2014


	Desemprego: dado não mostrou alteração ante os 6,8 por cento registrados no segundo trimestre do ano
 (REUTERS/Paulo Whitaker)

Desemprego: dado não mostrou alteração ante os 6,8 por cento registrados no segundo trimestre do ano (REUTERS/Paulo Whitaker)

DR

Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 10h26.

Rio de Janeiro - A taxa de desemprego no Brasil ficou estável em 6,8 por cento no terceiro trimestre de 2014, quando comparado com o período imediatamente anterior, mas com o país registrando queda no emprego com carteira assinada no setor privado pela primeira vez em quase dois anos.

O emprego formal no setor privado recuou 0,6 por cento no terceiro trimestre sobre os três meses anteriores, segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada nesta terça-feira.

Foi a primeira queda neste segmento desde o início da série histórica do levantamento, em janeiro de 2012. Segundo o IBGE, 227 mil pessoas deixaram de ter carteira assinada neste período.

"Esse indicador mostra desacelaração da economia e uma efetiva perda de postos de trabalho", afirmou o coordenador do IBGE Cimar Azeredo, acrescentando que houve também uma migração de pessoas com carteira assinada para trabalho autônomo.

No acumulado do ano, o emprego com carteira cresceu em mais de um milhão de postos. No terceiro trimestre de 2013, a taxa de desocupação tinha sido de 6,9 por cento.

Já o nível de ocupação no país no terceiro trimestre foi de 56,8 por cento, contra 56,9 por cento no segundo trimestre deste ano e 57,1 por cento no terceiro trimestre de 2013.

Entre julho e setembro, a população ocupada atingiu 92,3 milhões de pessoas, uma alta de 0,2 por cento sobre o segundo trimestre. O total era composto por 69,8 por cento de empregados, 4,1 por cento de empregadores, 23,3 por cento de pessoas que trabalham por conta própria e 2,8 por cento de trabalhadores familiares auxiliares.

Já o número de desocupados caiu 0,9 por cento sobre o trimestre anterior, chegando a 6,7 milhões de pessoas.

"A população ocupada subiu em todas as regiões e em quase todas a desocupada caiu, com exceção do Sul. A alta da população ocupada não foi suficiente para movimentar a taxa, teria que subir expressivamente, e não foi o que ocorreu", destacou o coordenador do IBGE Cimar Azeredo.

Azeredo destacou ainda o aumento de 0,9 por cento das pessoas fora da força de trabalho ante o segundo trimestre, que segundo ele são jovens que na sua maioria não trabalham, não estudam e nem procuram trabalho. "Estamos aprofundando o porquê disso." Entre as mulheres, a taxa de desocupação permaneceu em 8,2 por cento no terceiro trimestre, repetindo o mesmo número do período anterior, enquanto entre os homens ela caiu 0,1 ponto percentual, a 5,7 por cento. Pelas regiões, a taxa mais alta de desocupação no terceiro trimestre foi vista no Nordeste, com 8,6 por cento, alta de 0,2 ponto percentual em relação ao período de três meses anteriores. Já a menor foi registrada no Sul, com 4,2 por cento, contra 4,1 por cento no segundo trimestre. Ainda que permaneça robusto, o mercado de trabalho vem mostrando perda de fôlego diante da inflação que continua perto do teto da meta, da elevação dos juros e da economia estagnada.

A Pnad Contínua tem divulgação trimestral e maior abrangência nacional que a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). O objetivo é que ela substitua a PME, que leva em consideração dados apurados em apenas seis regiões metropolitanas do país.

Pela PME, o dado mais recente mostra que a taxa de desemprego caiu a 4,7 por cento em outubro, piso para o mês. Mas o Caged, do Ministério do Trabalho, apontou que o Brasil fechou mais de 30 mil vagas formais de trabalho em outubro.

Em 2015 a tendência é que o país veja uma reversão da queda do desemprego e da tendência de ganhos reais de salários, a menos que haja uma mudança nas expectativas dos empresários.

Acompanhe tudo sobre:DesempregoEstatísticasIBGEMercado de trabalho

Mais de Economia

BB Recebe R$ 2 Bi da Alemanha e Itália para Amazônia e reconstrução do RS

Arcabouço não estabiliza dívida e Brasil precisa ousar para melhorar fiscal, diz Ana Paula Vescovi

Benefícios tributários deveriam ser incluídos na discussão de corte de despesas, diz Felipe Salto

Um marciano perguntaria por que está se falando em crise, diz Joaquim Levy sobre quadro fiscal