Economia

Desemprego fica estável, mas trabalhadores sem carteira batem recorde

No trimestre encerrado em julho, a taxa de desemprego foi exatamente a mesma do trimestre encerrado em agosto, que ficou em 11,8%

Brasileiros em fila para conseguir emprego: houve queda de 3,9% na população desalentada, que reúne 4,7 milhões de pessoas que desistiram de procurar trabalho (Mario Tama/Getty Images)

Brasileiros em fila para conseguir emprego: houve queda de 3,9% na população desalentada, que reúne 4,7 milhões de pessoas que desistiram de procurar trabalho (Mario Tama/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 27 de setembro de 2019 às 09h15.

Última atualização em 27 de setembro de 2019 às 10h20.

Brasília — A taxa de desocupação no Brasil ficou em 11,8% no trimestre encerrado em agosto, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta sexta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Apesar do resultado, o país ainda tem 12,6 milhões de pessoas em busca de trabalho. A queda no desemprego foi puxada pela entrada de 684 mil trabalhadores no mercado, totalizando 93,6 milhões de ocupados, o maior número desde 2012.

O resultado ficou no teto das expectativas dos analistas, que estimavam uma taxa de desemprego entre 11,5% e 11,8%, com mediana de 11,7%.

Em igual período de 2018, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,1%. No trimestre até julho deste ano, a taxa foi exatamente a mesma, de 11,8%.

Com o resultado do trimestre até agosto, o indicador interrompeu uma trajetória de queda registrada desde o trimestre encerrado em abril.

Informalidade

Ao passo que aumentou a quantidade de pessoas no mercado de trabalho, os níveis de informalidade bateram recorde, de acordo com o IBGE.

Os dados mostram que 41,4% da população ocupada se encontra na informalidade, a maior proporção desde 2016, quando esse indicador passou a ser produzido. Dos 684 mil novos ocupados, 87,1% entraram no mercado de trabalho pela via informal.

Nesse grupo estão os trabalhadores sem carteira assinada (empregados do setor privado e domésticos), os sem CNPJ (empregadores e por conta própria) e os sem remuneração (auxiliam em trabalhos para a família).

Os empregados sem carteira assinada totalizaram 11,8 milhões de pessoas e os por conta própria somaram 24,3 milhões de trabalhadores no trimestre encerrado em agosto, os maiores contingentes da série histórica, iniciada em 2012.

Desalento

Pela primeira vez em quase cinco anos, a taxa de subutilização caiu para 24,3%. O resultado foi puxado pelo aumento da ocupação somado à queda de 3,9% na população desalentada, que reúne 4,7 milhões de pessoas que desistiram de procurar trabalho.

Já o número de subocupados por insuficiência de horas, aqueles que trabalham menos de 40 horas semanais e gostariam de trabalhar mais, está em 7,2 milhões de pessoas. Apesar de representar estabilidade em relação ao trimestre anterior, é o maior contingente desde 2012.

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