Real valorizado barateia eletroeletrônicos importados
Enquanto o setor de eletroeletrônicos deve bater recorde de exportações em razão de os componentes importados estarem mais baratos, a indústria como um todo sofre com a queda do dólar
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h14.
O governo nega, mas aos poucos os efeitos da valorização cambial vão se materializando na economia brasileira. Um exemplo dessa tendência é até positiva: com a queda do dólar, os eletroeletrônicos que dependem excessivamente da importação de componentes ficaram mais baratos. O preço dos telefones celulares, por exemplo, caiu 25%. De acordo com a pesquisa de preços da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), os produtos de informática e de telecomunicações tiveram seus preços reduzidos em 15,6% num período de 30 dias.
A importação de componentes, agora com preços mais em conta, também está tendo reflexo nas exportações. Nos primeiros quatro meses deste ano, as vendas do setor de telecomunicações no mercado internacional foram de 718 milhões de dólares quase o total do ano passado, que somou 736 milhões de dólares. Tudo indica que haverá recorde de exportações em 2005.
Efeito ruim
O sucesso do segmento de eletroeletrônicos, porém, não tem sido capaz de anular o lado perverso da valorização cambial. Um estudo do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Ciesp) revela que o ritmo de crescimento das exportações diminuiu nos três primeiros meses do ano. De acordo com a Ciesp, de janeiro a março as vendas ao mercado internacional cresceram 25,7% em relação ao primeiro trimestre de 2004. Apesar de alta, a expansão é inferior ao que os exportadores vinham registrando. Nos últimos trimestres, as exportações tinham crescido a uma taxa média de 32,5% ao mês.