Economia

S&P põe rating do Brasil em observação para possível rebaixamento

A agência afirma que a dinâmica política no país piorou após recentes denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer

S&P: o rating BB poder ser mantido em um cenário no qual a tensão política se resolva rapidamente (AFP/Stan Honda/AFP)

S&P: o rating BB poder ser mantido em um cenário no qual a tensão política se resolva rapidamente (AFP/Stan Honda/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 22 de maio de 2017 às 21h43.

Última atualização em 22 de maio de 2017 às 21h44.

São Paulo - A agência de classificação de risco Standard & Poor's colocou nesta segunda-feira, 22, o rating BB do Brasil em revisão para possível rebaixamento.

Em comunicado, a agência afirma que a dinâmica política no Brasil piorou após recentes denúncias de corrupção contra o presidente Michel Temer em meio às investigações da Lava Jato.

"A perspectiva negativa do rating, reafirmada em fevereiro deste ano, refletia os riscos de que a estratégia do governo para estabilizar a economia e sua posição fiscal poderia ser prejudicada por potenciais desdobramentos das investigações de corrupção. Entretanto, se essas recentes alegações contra Temer forem corroboradas, a capacidade do presidente de permanecer no cargo e governar de maneira eficaz provavelmente se tornaria insustentável. Isso poderia colocar em andamento um processo de transição que nunca foi testado", diz o comunicado.

A revisão para possível rebaixamento reflete o risco de que o rating soberano possa ser rebaixado nos próximos três meses, "em meio a dinâmicas políticas mais estressadas".

Segundo a S&P, um presidente enfraquecido, um processo de transição longo ou turbulento ou um presidente temporário com capacidade e vontade reduzidas de prosseguir com as reformas estruturais provavelmente atrasariam ainda mais a recuperação econômica e a aprovação de medidas fiscais. Isso tudo poderia levar a um rebaixamento.

Por outro lado, o rating BB poder ser mantido em um cenário no qual a tensão política se resolva rapidamente e estejam no poder um governo e uma equipe econômica que tenham apoio suficiente no Congresso para continuar avançando com medidas corretivas para conter a deterioração fiscal e fortalecer a perspectiva de recuperação econômica.

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