Soros: "O argumento econômico para seguir sendo membro da UE permanece forte, mas levará um tempo para surtir efeito" (Akos Stiller/Bloomberg)
EFE
Publicado em 29 de maio de 2018 às 18h15.
Paris - O megainvestidor e filantropo húngaro-americano George Soros afirmou nesta terça-feira que promoverá uma campanha em favor de um segundo referendo sobre a saída do Reino Unido da União Europeia (UE) e se mostrou favorável à permanência do país no bloco comunitário, apesar de reconhecer que o mesmo atravessa uma crise existencial.
Sair da UE será "prejudicial" para o Reino Unido e o grupo contrário ao "Brexit", "Best for Britain" ("O Melhor para a Bretanha", em tradução livre do inglês), que ele ajuda a financiar, revelará "nos próximos dias" um manifesto em defesa de uma nova votação dentro de um ano, disse Soros na reunião anual em Paris do Conselho Europeu de Relações Internacionais.
O multimilionário, de 87 anos, argumentou nesse fórum de reflexão também patrocinado por ele que o "Brexit" é um processo com impacto negativo nas duas partes e que, se seguir adiante, "o divórcio demorará provavelmente cinco anos, uma eternidade na política".
"O argumento econômico para seguir sendo membro da UE permanece forte, mas levará um tempo para surtir efeito", disse Soros em declarações veiculadas pelo jornal "L'Express".
Para o magnata, a UE deve se transformar para não sucumbir à "crise existencial" que atravessa, na qual "tudo que podia dar errado, deu errado".
Soros admitiu que cabe à população britânica decidir o que fazer, mas reiterou que o "Best for Britain" defende salvar o país do "imenso" prejuízo que será causado pela saída da UE, que deve ser consumada no fim de março de 2019.