Setor público tem superávit primário de R$ 46,94 bi em janeiro
Esse é o melhor resultado para os todos meses da série histórica desde dezembro de 2001
Estadão Conteúdo
Publicado em 28 de fevereiro de 2018 às 15h44.
Última atualização em 28 de fevereiro de 2018 às 15h57.
Brasília - O setor público consolidado (Governo Central, Estados, municípios e estatais, com exceção de Petrobras e Eletrobras) registrou expressivo superávit primário de R$ 46,940 bilhões em janeiro, informou nesta quarta-feira, 28, o Banco Central .
Esse é o melhor resultado para os todos meses da série histórica desde dezembro de 2001. Em dezembro de 2017, o setor público havia registrado déficit de R$ 32,321 bilhões e, em janeiro de 2017, primário positivo de R$ 36,712 bilhões.
O resultado primário consolidado do mês passado ficou acima da mediana das estimativas (R$ 40 bilhões) captada pelo Projeções Broadcast e dentro do intervalo das previsões, que iam de R$ 28,800 bilhões a R$ 48,600 bilhões.
12 meses
As contas do setor público acumulam um déficit primário de R$ 100,355 bilhões em 12 meses até janeiro, o equivalente a 1,53% do Produto Interno Bruto (PIB), informou o Banco Central. A meta para o déficit primário do setor público consolidado em 2018 é de R$ 161,3 bilhões.
O déficit fiscal nos 12 meses encerrados em janeiro pode ser atribuído ao rombo de R$ 108,205 bilhões do governo central (1,64% do PIB). Os governos regionais (Estados e municípios) apresentaram um superávit de R$ 7,230 bilhões (0,11% do PIB) em 12 meses até janeiro. Enquanto os Estados registraram um superávit de R$ 6,526 bilhões, os municípios tiveram um saldo positivo de R$ 704 milhões. As empresas estatais registraram um resultado positivo de R$ 620 milhões no período.
Gasto com juros
O setor público consolidado teve gasto de R$ 28,314 bilhões com juros em janeiro, após esta despesa ter atingido R$ 33,319 bilhões em dezembro.
O governo central teve no mês passado despesas na conta de juros de R$ 23,251 bilhões. Já os governos regionais registraram gasto de R$ 4,613 bilhões e as empresas estatais, de R$ 450 milhões.
Em 12 meses, as despesas com juros passaram de R$ 400,826 bilhões para R$ 392,727 bilhões até janeiro (5,97% do PIB).
Dívidas líquida e bruta
A dívida líquida do setor público (DLSP) subiu para 51,8% do PIB em janeiro, ante 51,6% em dezembro. A dívida do governo central, governos regionais e empresas estatais terminou o mês passado em R$ 3,406 trilhões. A instituição previa que a relação da DLSP com o PIB chegaria a 52,2% em janeiro.
Já a dívida bruta do governo geral encerrou o mês passado em R$ 4,904 trilhões, o que representa 74,5% do PIB. Este é o maior porcentual para a série histórica. Em dezembro, essa relação estava em 74,0%. A previsão do BC para o resultado do mês passado era de uma taxa de 74,6%. No melhor momento da série histórica, em dezembro de 2013, a dívida bruta chegou a 51,54% do PIB.
A dívida bruta do governo é uma das principais referências para avaliação, por parte das agências globais de rating, da capacidade de solvência do País.