Economia

Setor de serviços cai 3,1% em janeiro após recorde em dezembro

Segmento que engloba serviços de transportes, com destaque para gestão de portos e terminais e transporte aéreo de passageiros, puxou queda no mês

Serviços: o setor se encontra continua muito próximo do seu ponto mais alto da série, alcançado no mês passado (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Serviços: o setor se encontra continua muito próximo do seu ponto mais alto da série, alcançado no mês passado (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Agência o Globo
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 14 de abril de 2023 às 12h55.

O setor de serviços recuou 3,1% em janeiro após uma alta recorde da mesma magnitude em dezembro, que levou o setor a fechar o ano com alta de 8,3%. Com o resultado, o setor elimina o ganho acumulado de 3% observado nos meses de novembro e dezembro de 2022. Ainda assim, segundo o IBGE, a base de comparação se encontra em um patamar elevado. Os dados são da Pesquisa Mensal de Serviços e foram divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE

O resultado veio abaixo do esperado pelos analistas, que projetavam queda de 1,4% no volume de serviços em janeiro, segundo mediana das estimativas coletadas pelo Valor Data

Apesar do resultado negativo na comparação mensal, o setor se encontra continua muito próximo do seu ponto mais alto da série, alcançado no mês passado

A despeito do recuo do setor em janeiro, ainda é cedo para falar em inflexão na atividade, avalia Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa. Ele afirma que parte da queda no mês ocorreu por questões pontuais e argumenta que atividades ligadas à commodities, comércio eletrônico e bens de capital no setor industrial, que foram os motores do setor de transportes nos últimos anos, não apresentaram perda de fôlego até o momento:

"Por ora, enxergamos como um recuo pontual sem nenhum sinal de inflexão no bom comportamento do setor desde o seu processo de retomada no pós-pandemia", aponta.

Setor de transportes em queda

Das cinco atividades investigadas pela pesquisa, três registraram queda. O setor de transportes foi o que puxou o recuo no mês, ao registrar retração de 3,7%. Segundo o gerente da pesquisa, Rodrigo Lobo, a queda do setor é explicada pela parte de armazenagem e correios, com destaque para as atividades de gestão de portos e terminais e transporte aéreo de passageiros.

Mais otimismo: Mercado financeiro antecipa para agosto previsão de corte nos juros. Veja o que mudou o humor dos investidores

Cerco às asiáticas: Taxação pode dobrar valor de compras de Shein, Shopee e outros sites que vendem importados. Entenda por quê

O setor de outros serviços, que inclui desde atividades imobiliárias, de serviços financeiros até gestão de resíduos, também apresentou queda: caiu 9,9% em janeiro de 2023 na comparação com dezembro de 2022, quando havia subido 9,4%.

O analista esclarece, porém, que o movimento de retração decorre de receitas atípicas recebidas no mês anterior pelas empresas que atuam nos segmentos de serviços financeiros auxiliares:

"No mês dezembro, frequentemente, há o recebimento de bônus por performance. Com isso, temos uma base de comparação elevada, ocasionando uma queda em janeiro, quando esse adicional de receita não está mais presente no faturamento das empresas do segmento", comenta Lobo.

Serviços prestados às famílias registra alta pelo 2º mês seguido

No sentido oposto, os serviços de informação e comunicação e os prestados às famílias registraram alta de 1% em janeiro. O primeiro setor teve como destaque as atividades de telecomunicações e serviços de TI, que subiram 8,1% e 3,6%, respectivamente. Com essa alta, o setor recupera parte da queda de 2,5% verificada nos dois últimos meses de 2022.

Mídia: Conheça Brut, novo streaming voltado para jovens que atraiu investimentos de bilionários como o dono da Gucci

Já os serviços prestados às famílias registraram o segundo resultado positivo seguido, acumulando ganho de 3,5%.

Acompanhe tudo sobre:Serviçoseconomia-brasileiraIBGE

Mais de Economia

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega

Reforma tributária beneficia indústria, mas exceções e Custo Brasil limitam impacto, avalia o setor