Economia

Setor atacadista e distribuidor vê 2017 com otimismo, diz Abad

A expectativa é que o faturamento do setor cresça pelo menos 1% neste ano, dada a melhora do cenário econômico a partir do 2º semestre

Atacado: no primeiro trimestre, atacadistas e distribuidores faturaram 6,15% menos ante o mesmo período de 2016 (foto/Getty Images)

Atacado: no primeiro trimestre, atacadistas e distribuidores faturaram 6,15% menos ante o mesmo período de 2016 (foto/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 24 de abril de 2017 às 18h11.

São Paulo - Atacadistas e distribuidores estão otimistas quanto ao desempenho em 2017, após terem faturado 250,5 bilhões no ano passado, mostrou pesquisa divulgada nesta segunda-feira pela entidade que representa o setor Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores (Abad).

Conforme o Ranking ABAD/Nielsen de 2017, a expectativa é que o faturamento do setor cresça pelo menos 1 por cento neste ano, dada a melhora do cenário econômico a partir do segundo semestre.

No primeiro trimestre, contudo, atacadistas e distribuidores faturaram 6,15 por cento menos ante o mesmo período de 2016, com os consumidores ainda contendo os gastos em meio ao desemprego. Somente em março, houve alta real de 16,5 por cento ante fevereiro, mas queda de 2,33 por cento na comparação com igual mês do ano passado.

Em 2016, o faturamento cresceu 0,6 por cento em termos reais e 6,9 por cento nominalmente ante 2015. "O resultado, embora se aproxime da estabilidade, é considerado satisfatório", informou a Abad, destacando que o Produto Interno Bruto (PIB) nacional teve retração de 3,6 por cento no ano passado.

Ainda de acordo com o levantamento, agentes de distribuição respondiam por 53,7 por cento do mercado mercearil nacional, que compreende alimentos, bebidas, produtos de limpeza, higiene e cuidados pessoais e teve faturamento de 466,2 bilhões de reais em 2016.

O ranking apontou, ainda, que o atacarejo faturou 11,3 por cento mais no ano passado, enquanto os hipermercados tiveram queda de 7,4 por cento na comparação com 2015. "Hoje, as famílias têm feito as compras de abastecimento (maior volume) no atacarejo em detrimento dos hipermercados", explicou a Abad.

No Sudeste, que segundo a associação concentra 38 por cento do setor, as empresas consultadas cresceram 8,6 por cento, mais que as do Nordeste (8 por cento), porém menos que as do Norte (15 por cento), Centro-Oeste (12,6 por cento) e Sul (12,8 por cento).

Perspectivas

Para 2017, o modelo 'atacado de autosserviço' é o mais otimista, com 88,2 por cento dos participantes da pesquisa prevendo vendas maiores e 58,8 por cento esperando maior rentabilidade.

Entre os distribuidores, 78,4 por cento apostam em alta no faturamento. No atacado com entrega, esse percentual é de 75,9 por cento. Em atacado de balcão, a proporção cai para 61,9 por cento.

O ranking abad/nielsen de 2017 também apurou que o setor, de modo geral, planeja expandir ou pelo menos estabilizar os investimentos neste ano, mantendo foco em áreas de tecnologia de gestão e de sistema de informação.

Em levantamento separado, a Fecomercio-SP informou nesta segunda-feira que o saldo de emprego do comércio atacadista paulista foi positivo em 127 novas vagas em fevereiro, revertendo a tendência observada nos dois meses anteriores, quando 854 (janeiro) e 2.381 (dezembro) postos de trabalho foram perdidos.

Ao fim de fevereiro, o comércio atacadista paulista empregava 491.215 trabalhadores com carteira assinada. No bimestre, houve perda de 727 empregos formais, ante fechamento de 2.950 vagas nos dois primeiros meses de 2016, informou a Fecomercio-SP.

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