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Sem Previdência, BofA espera por novo rebaixamento de rating

A relação dívida/PIB subiu de 70% em 2016 para 74% no ano passado, ressalta o BofA

BofA: o banco norte-americano prevê que as agências de rating Moody's e a Fitch podem rebaixar a nota soberana brasileira (Tim Chong/Reuters)
EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 19 de fevereiro de 2018 às 17h03.

São Paulo - O ritmo de crescimento da dívida pública deve se reduzir, mas se nada for feito, a trajetória de piora da relação entre o endividamento do governo e o Produto Interno Bruto ( PIB ) vai prosseguir e superar em breve os 80% na maioria dos cenários traçados, avalia o Bank of America Merrill Lynch (BofA).

Se a reforma da Previdência não for aprovada, o banco norte-americano prevê que as agências de rating Moody's e a Fitch podem rebaixar a nota soberana brasileiro, seguindo o movimento da S&P Global Ratings, que em janeiro cortou a nota do País em um nível.

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A maior expansão da economia brasileira, que contribui para a elevação da arrecadação do governo, os juros mais baixos e a redução do déficit primário devem contribuir para um menor ritmo de expansão da dívida pública, ressalta relatório do BofA, assinado pelos economistas David Beker e Ana Madeira.

"Contudo, a sustentabilidade de longo prazo da dívida depende de medidas fiscais adicionais, das quais a mais importante é a reforma da Previdência", ressaltam eles, destacando que a probabilidade de aprovação das medidas que mudam a aposentadoria no Congresso é "baixa".

A relação dívida/PIB, um dos indicadores da solvência de um país e um dos números monitorados de perto pelas agências de rating, subiu de 70% em 2016 para 74% no ano passado, ressalta o BofA. Dependendo do ritmo de crescimento do PIB e da Selic, pode ultrapassar os 80% já em 2019 e superar os 90% a partir de 2022. Em 2017, a dívida pública atingiu R$ 3,6 trilhões ante R$ 3,1 trilhões do ano anterior.

Sem uma estabilização da dívida do governo, pode demorar "vários anos" até que o Brasil consiga recuperar uma melhor classificação de grau de investimento. A possibilidade maior é que a classificação de risco piore ainda mais se o ajuste fiscal não avançar.

"A Moody's e a Fitch têm uma perspectiva negativa para o rating do Brasil e ainda precisam anunciar uma decisão. Não há um claro 'timing' para a revisão, mas uma rejeição da reforma da Previdência pode desencadear um rebaixamento", ressalta o relatório do BofA.

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