Dos 230 milhões de habitantes, 130 milhões agora são muito pobres (Luis Tato/AFP/Getty Images)
Repórter
Publicado em 16 de fevereiro de 2024 às 06h33.
País mais populoso da África (com 230 milhões de pessoas) e segunda maior economia do continente (atrás apenas do Egito), a Nigéria era apontada como uma nação com muitas oportunidades de crescimento em razão de suas fontes de energia (é o segundo maior produtor de petróleo e gás da África - atrás somente de Angola), áreas férteis para agricultura e demografia favorável. O quadro infelizmente mudou bastante nos últimos anos.
Com uma situação dessas, muitas multinacionais estão deixando o país. A Procter & Gamble, que inaugurou uma linha de produção de fraldas de US$ 300 milhões perto de Lagos em 2017, anunciou em dezembro que vai sair do país, segundo a Bloomberg.
Com a democracia restaurada em 1999, acreditava-se que o país pudesse finalmente ter um ciclo de crescimento sustentável. Mesmo com uma população em rápido crescimento, o que poderia ter criado um mercado consumidor competitivo, erros políticos, corrupção e a dependência excessiva do petróleo prejudicaram a economia do país. O PIB nigeriano hoje é estimado em US$ 394 bilhões.
O presidente Bola Tinubu assumiu o cargo em maio do ano passado e já introduziu medidas impopulares para tentar reanimar a economia. Impostos e taxas estão sendo simplificados e um comitê foi criado dentro do escritório do vice-presidente para reduzir a burocracia. Há também um plano para melhorar a infraestrutura. Tinubu prometeu acabar com a violência jihadista e a criminalidade, que tornaram praticamente impossível o envio de mercadorias para empresas de grande porte.
Bola Tinubu tem a missão convencer investidores que ele pode estancar a fuga de multinacionais do país e ajudar as empresas locais. A tarefa, porém, é difícil. Apenas no primeiro trimestre do ano passado, 767 companhias nigerianos fecharam suas portas.