Economia

Sauditas sinalizam que Opep pode estender cortes até fim de 2019

A Opep vai se reunir em abril e em junho para decidir políticas de produção

Sonda de petróleo: investimentos vultosos e arriscados à vista.
 (Christian Hartmann/Reuters)

Sonda de petróleo: investimentos vultosos e arriscados à vista. (Christian Hartmann/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de março de 2019 às 17h35.

BAKU (Reuters) - A Arábia Saudita disse neste domingo que o trabalho da Opep para reequilibrar o mercado de petróleo está longe do fim, uma vez que os estoques mundiais continuam crescendo apesar das sanções dos Estados Unidos contra Irã e Venezuela, de forma que pode ser preciso estender os cortes na produção durante o segundo semestre de 2019.

A Rússia, que está cortando sua produção em linha com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), também disse que a diminuição na produção pode permanecer até junho, quando ficarem claros os planos de Washington em relação ao Irã e à Venezuela.

Os EUA têm aumentado bastante suas próprias exportações de petróleo nos últimos meses, enquanto impõe sanções à Venezuela e ao Irã para reduzir as exportações dos adversários para os mercados globais.

As políticas de Washington introduziram um novo nível de incerteza para a Opep, no momento em que a organização luta para prever o equilíbrio mundial entre oferta e demanda.

"Minha avaliação é que o trabalho permanece diante de nós. Ainda estamos vendo aumento nos estoques. Precisamos nos manter na rota certamente até junho", disse neste domingo o ministro saudita da Energia, Khalid al Falih.

"Queremos estar prontos para continuar monitorando a oferta e demanda e fazer o que temos de fazer no segundo semestre", disse Al Falih durante encontro de alguns ministros de países da Opep na capital do Azerbaijão, Baku.

A Opep e seus aliados cortaram a produção em 1,2 milhão de barris por dia --ou 1,2 por cento da demanda global-- desde janeiro, para reequilibrar o mercado global de petróleo e elevar os preços.

A Opep vai se reunir em abril e em junho para decidir políticas de produção.

Os EUA impuseram duras sanções ao Irã, terceiro maior produtor da Opep, mas deram algumas liberações para compradores do petróleo iraniano até maio.

Washington também está tentando derrubar o atual presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e impôs sanções ao petróleo da nação sul-americana.

O ministro da Energia russo, Alexander Novak, afirmou que é difícil para Moscou e para a Opep realizarem planejamentos devido às sanções norte-americanas. Ele afirmou que terá poucas informações adicionais até o encontro de abril, pois Washington não haverá anunciado ainda suas novas políticas sobre o produto do Irã, e que mais negociações serão necessárias em maio.

"Essas sanções estão criando tendências negativas no mercado e distorcendo completamente a oferta e a demanda. Elas são impostas para ajudar a vender bens do país que está as impondo, e elas criam incertezas", afirmou.

Novak disse que a Rússia está perto de cortar a produção em 140 mil barris por dia. Falih disse que as exportações sauditas permanecerão abaixo dos 7 milhões de barris por dia em abril e março.

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