Economia

Saques de contas inativas do FGTS injetam R$ 7,2 bi no varejo

Segundo levantamento da CNC, o valor injetado no varejo corresponde a 43% do montante sacado

Varejo: em abril, foram sacados R$ 11,1 bilhões das contas inativas do FGTS (foto/Thinkstock)

Varejo: em abril, foram sacados R$ 11,1 bilhões das contas inativas do FGTS (foto/Thinkstock)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de junho de 2017 às 11h29.

Rio - Os recursos das contas inativas do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) fechadas até dezembro de 2015, sacados após medida de estímulo do governo Michel Temer, provocaram, em março e abril, um impacto positivo de R$ 7,2 bilhões nas vendas do comércio varejista brasileiro, segundo levantamento da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) divulgado nesta sexta-feira, 23.

O valor injetado no varejo corresponde a 43% do montante sacado, que somou R$ 16,6 bilhões, segundo a CNC informou, conforme dados da Caixa Econômica Federal. O valor corresponde ainda a 6,2% das vendas nos segmentos do varejo impactados, mostra o levantamento.

Em abril, foram sacados R$ 11,1 bilhões das contas inativas do FGTS. Segundo a CNC, o valor é o dobro dos R$ 5,5 bilhões retirados em março. Com isso, a maior parte (R$ 4,56 bilhões) do valor injetado no varejo ficou em abril.

De acordo com a CNC, três segmentos do varejo - do total de sete impactados positivamente - concentraram o uso dos recursos sacados: vestuário e calçados (R$ 2,9 bilhões), hiper e supermercados (R$ 2 bilhões) e móveis e eletrodomésticos (R$ 802,5 milhões). Os três segmentos responderam por 80% do valor direcionado ao varejo.

O estudo correlaciona o efeito da injeção de recurso com o desempenho geral dos segmentos do varejo. O ramo de vestuário e calçados, por exemplo, teve altas nas vendas de 11,6% e 10,7%, respectivamente, em março e abril, ante iguais meses de 2016.

"Esse ritmo de vendas não era percebido por esse ramo do varejo desde os primeiros meses de 2010 (+11,9%)", diz a nota divulgada pela CNC.

Já no segmento de hiper e supermercados, a alta de 3,5% nas vendas em abril ante abril de 2016 foi a maior nesse tipo de comparação para os últimos três anos.

No ramo de móveis e eletrodomésticos, a queda de 0,1% nas vendas em abril sobre igual mês do ano passado não impediu que o bimestre março-abril tivesse o melhor resultado em três anos.

Em nota, o economista da CNC Fabio Bentes pondera que, apesar do efeito positivo dos saques do FGTS, "a recuperação parcial do varejo ao longo do ano se insere em um quadro mais amplo de desaceleração dos preços e melhoria nas condições de crédito". Além disso, "a consolidação do setor como um todo depende do crescimento geral da atividade econômica e seus reflexos positivos sobre as condições do mercado de trabalho".

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