Economia

Saldo fiscal sobe em junho, investimento é recorde

Brasília - O resultado fiscal do governo central voltou a ser superavitário em junho após um déficit em maio, refletindo uma redução das despesas públicas no mês, mostraram números do Tesouro Nacional nesta quarta-feira. Apesar da recuperação, no semestre o superávit primário acumulado correspondeu a apenas 33 por cento da meta fixada para o ano […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 04h10.

Brasília - O resultado fiscal do governo central voltou a ser superavitário em junho após um déficit em maio, refletindo uma redução das despesas públicas no mês, mostraram números do Tesouro Nacional nesta quarta-feira.

Apesar da recuperação, no semestre o superávit primário acumulado correspondeu a apenas 33 por cento da meta fixada para o ano para o governo central, de 75 bilhões de reais.

Ainda assim, o secretário do Tesouro, Arno Augustin, reiterou que o setor público cumprirá sua meta, sem abater do resultado despesas com investimento --apesar de destacar que a desaceleração da economia terá efeitos sobre a receita.

"A acomodação (da atividade) exige atenção redobrada", afirmou Augustin a jornalistas.

"Entendo que a atividade econômica está no patamar que deveria estar, e que não devemos tomar medidas para segurá-la."

Em suas três últimas reuniões, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juro em 2 pontos percentuais, no total, para, segundo ele, conter pressões inflacionárias por conta da economia aquecida.

Em junho, o superávit primário do governo central foi de 631,5 milhões de reais, ante um déficit de 517,9 milhões de reais em maio e um déficit de 618,2 milhões de reais há um ano.

Na comparação com maio, as receitas do governo central, excluindo as transferências a Estados e municípios, sofreram queda de 2 por cento. As despesas, por sua vez, caíram 4,2 por cento, refletindo uma concentração de gastos extraordinários em maio sem correspondência no mês passado.

"O primário de julho é um primário normal, nada de grande impacto", afirmou Augustin, acrescentando que o resultado deste mês deve ser superavitário.


Investimentos

No semestre, as contas de Tesouro, Previdência e Banco Central foram superavitárias em 24,833 bilhões de reais, o equivalente a 1,46 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

No mesmo período do ano passado, o resultado fiscal havia sido superavitário em 18,539 bilhões de reais, ou 1,24 por cento do PIB.

De janeiro a junho, os investimentos da União somaram 20,6 bilhões de reais, valor recorde para o período e 72 por cento acima do investido no mesmo período do ano passado.

Augustin negou que a elevação tenha relação com a aproximação das eleições de outubro e argumentou que as obras do Programa de Aceleração Econômica estão ganhando ritmo.

"Em ano eleitoral a tendência é de gasto menor", afirmou, referindo-se às restrições impostas pela legislação.

A meta de superávit primário para o setor público --incluindo Estados, municípios e algumas estatais-- é de 3,3 por cento do PIB em 2010.

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