Economia

Salários na Alemanha podem crescer mais que no restante da UE

Milhares de trabalhadores que exigem aumento salarial de 6,5% entraram em greve de alerta em todo o país

Este ano, os salários de cerca de 9 milhões de trabalhadores alemães estão em negociação, e os acordos até agora superaram a inflação (Lintao Zhang/Getty Images)

Este ano, os salários de cerca de 9 milhões de trabalhadores alemães estão em negociação, e os acordos até agora superaram a inflação (Lintao Zhang/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 5 de maio de 2012 às 10h10.

Berlim - Os salários podem crescer mais rapidamente na Alemanha do que em outras nações da União Europeia, considerando que o país possui anos de reformas a seu favor, enquanto os outros estão contando com essa vantagem como o contínuo motor de crescimento da região, disse o ministro das Finanças, Wolfgang Schaeuble, à revista Focus.

Em entrevista publicada neste sábado, três dias após milhares de trabalhadores que exigem aumento salarial de 6,5 por cento entrarem em greve de alerta em todo o país, Schaeuble disse que os aumentos salariais ajudariam a reduzir os desequilíbrios na Europa.

Mas, segundo ele, os aumentos não devem ser exagerados. Alguns economistas alertam que, juntamente com elevados custos de energia e preços dos imóveis em alta, fortes aumentos salariais poderiam impulsionar uma bolha de preços que assombraria a Alemanha nos próximos anos.

"As pessoas na Europa e no G20 estão confiando que a Alemanha siga como motor do crescimento. Devemos permanecer alertas, devemos continuar trabalhando na nossa competitividade, embora não no mesmo grau que os países em crise", disse Schaeuble. "É positivo que os salários na Alemanha subam mais rápido que no restante da Europa".

Aumentos salariais têm sido mais acentuados em muitos países da zona do euro do que na Alemanha nos últimos anos, ajudando a tornar a maior economia da Europa mais competitiva e alimentando a divergência econômica que impulsionou a crise de dívida na região.

Anos de moderação salarial também ajudaram a reduzir a taxa de desemprego na Alemanha para o menor nível em duas décadas.

Este ano, os salários de cerca de 9 milhões de trabalhadores alemães estão em negociação, e os acordos até agora superaram a inflação.

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