Economia

Saída de dólares em agosto supera entrada em US$ 4,250 bilhões

Fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos) foi o responsável pelo saldo

O fluxo da moeda americana no Brasil ocorre tanto por meio do comércio exterior como pelos investimentos de estrangeiros (Sertac Kayar/Reuters)

O fluxo da moeda americana no Brasil ocorre tanto por meio do comércio exterior como pelos investimentos de estrangeiros (Sertac Kayar/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 5 de setembro de 2018 às 15h09.

Última atualização em 5 de setembro de 2018 às 15h11.

Depois de quatro meses seguidos de entrada de dólares, o Brasil registrou saída da moeda em agosto, segundo dados do Banco Central (BC), divulgados hoje (5), em Brasília.

No mês passado, saíram mais dólares do país do que entraram. O saldo negativo chegou a US$ 4,250 bilhões. De janeiro a agosto, o saldo ficou positivo em US$ 24,178 bilhões.

O fluxo de dólares Brasil ocorre tanto por meio do comércio exterior como pelos investimentos de estrangeiros.

Em agosto, o fluxo financeiro (investimentos em títulos, remessas de lucros e dividendos ao exterior e investimentos estrangeiros diretos, entre outras operações) foi o segmento responsável pelo saldo negativo. O déficit chegou a US$ 9,802 bilhões.

Já o fluxo comercial (exportações e importações) ficou positivo em US$ 5,552 bilhões em agosto.

No acumulado de oito meses, o segmento financeiro ficou negativo em US$ 12,269 bilhões, e o comercial, positivo em US$ 36,447 bilhões.

O fluxo de dólares no país pode influenciar a cotação da moeda. Com menos dólares no mercado, como ocorreu em agosto, a tendência é de aumentar a cotação.

Fatores influenciam cotação

Quando há mais dólares, a influência pode ser a redução da cotação. Entretanto, outros fatores também afetam o valor da moeda americana: o cenário externo e interno.

Atualmente, as incertezas eleitorais têm influenciado a cotação internamente, e, no cenário externo, a crise comercial entre Estados Unidos e a China e o aumento dos juros americanos, atraindo capital para aquele país, também afetam a cotação da moeda no Brasil.

Em agosto, a moeda norte-americana fechou com alta de 8,45% com relação ao real.

O dólar acumula no ano uma alta de 22,86%. No último dia do mês (31), a moeda chegou a R$ 4,072 para venda, com queda de 1,78% depois de atingir, nos dias anteriores, o segundo maior patamar do Plano Real, cotada a quase R$ 4,15.

As intervenções do BC também geram efeitos na cotação da moeda.

O BC atua para conter fortes oscilações e oferecer proteção cambial (hedge) às empresas. Em agosto, o BC fez rolagem (renovação) de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro) e ofertou novos contratos desse tipo.

O BC também fez rolagem de vencimentos de contratos de leilão de linha, quando há venda de dólares das reservas internacionais do Brasil com compromisso de recompra mais adiante.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralBrasilDólar

Mais de Economia

Boletim Focus: mercado eleva estimativa de inflação para 2024 e 2025

Oi recebe proposta de empresa de tecnologia para venda de ativos de TV por assinatura

Em discurso de despedida, Pacheco diz não ter planos de ser ministro de Lula em 2025

Economia com pacote fiscal caiu até R$ 20 bilhões, estima Maílson da Nóbrega