Troca reais por dólares em casa de câmbio (Bruno Domingos/Reuters)
Da Redação
Publicado em 30 de julho de 2014 às 19h33.
Brasília - A saída de dólares nunca foi tão forte para um mês de julho. Mantida a tendência das últimas semanas, esse será o resultado mais negativo para o fluxo cambial desde 1982, quando o Banco Central começou a registrar o movimento de entrada e saída de capital estrangeiro.
Até o dia 25 deste mês, a diferença entre ingressos e retiradas deixou um saldo líquido negativo em US$ 4,68 bilhões.
Segundo especialistas, não se pode falar em fuga de capitais. Esse movimento, em grande medida, é puxado por empresas médias que têm deixado de captar recursos no exterior em função de juros atrativos no mercado doméstico.
Para a equipe econômica, a queda é pontual. A expectativa é de que as captações retomem um ritmo mais forte. No entanto, essa recuperação ainda não se verificou e o segundo semestre começou com uma forte saída de dólares do País.
A conta financeira, que reúne operações como investimentos estrangeiros diretos e em carteira, remessas de lucro e pagamento de juros, entre outras, é a que está mais negativa no período, apresentou saídas de US$ 3,987 bilhões.
Mauro Schneider, economista-chefe do CGD Securities, explica que não estamos vivendo uma fuga de capitais e que, se fosse esse o cenário, a bolsa sofreria fortemente.
"Não é isso que temos observado", frisou. No acumulado do ano até junho, os estrangeiros aplicaram US$ 9,039 bilhões em ações brasileiras; em títulos de renda fixa eles colocaram US$ 20,221 bilhões.