Economia

Russia irá retomar importação de carne brasileira após 1 ano de embargo

Desde o embargo imposto no ano passado, país deixou de exportar 230 mil toneladas à Rússia, cerca de 40% de tudo o que o teria exportado no período

Carne brasileira: importações de carnes suína e bovina de nove fornecedores do Brasil serão liberadas a partir desta quinta-feira, dia 1º de novembro (Ueslei Marcelino/Reuters)

Carne brasileira: importações de carnes suína e bovina de nove fornecedores do Brasil serão liberadas a partir desta quinta-feira, dia 1º de novembro (Ueslei Marcelino/Reuters)

AB

Agência Brasil

Publicado em 31 de outubro de 2018 às 21h45.

Última atualização em 31 de outubro de 2018 às 21h51.

O Serviço Federal para Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia (Rosselkhoznadzor), órgão que regula a segurança na agricultura do país, anunciou nesta quarta-feira, 31, que vai liberar importações de carnes suína e bovina de nove fornecedores do Brasil a partir de 1º de novembro.

A carne brasileira estava embargada no mercado russo desde novembro de 2017 devido à presença de ractopamina em produtos de origem animal de plantas frigoríficas brasileiras.

A ractopamina é um aditivo alimentar usado para fazer com que animais ganhem peso de forma mais eficiente e acumulem menos gordura. O uso do produto em rações é aprovado pela Organização Mundial da Saúde, mas não é autorizado pela Rússia, União Europeia e China. Para evitar qualquer tipo de contaminação, o Brasil utiliza o sistema de segregação para exportação de carne para os países que têm restrições, ou seja, os animais recebem outro tipo de ração e são criados separadamente.

Segundo o Serviço Federal para Vigilância Sanitária e Fitossanitária da Rússia foram reabilitadas algumas plantas localizadas no Rio Grande do Sul das empresas Alibem Alimentos, Adele Indústria de Alimentos e da Cooperativa Central Aurora Alimentos.

A expectativa do Secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, Airton Spies, é de que a Rússia em breve volte a comprar carnes também dos frigoríficos localizados em Santa Catarina. "O retorno das vendas para a Rússia irá desafogar a pressão de oferta e acabará também beneficiando outras empresas que, eventualmente, não estão habilitadas nesse primeiro momento, com a redistribuição da demanda", afirmou Spies.

Segundo números da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), desde o embargo imposto no ano passado, o Brasil deixou de exportar para a Rússia o equivalente a 230,4 mil toneladas, cerca de 40% de tudo o que o país teria exportado no período.

Por meio de um vídeo, o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, comemorou a liberação e afirmou que a decisão era muito esperada pelos produtores brasileiros, em especial os suinocultores. "É difícil abrir mercado, é fácil perder mercado e é muito mais difícil recuperar mercado", disse.

O presidente da República, Michel Temer, anunciou a decisão russa por meio da rede social Twitter e agradeceu ao presidente da Rússia, Vladimir Putin, "pela colaboração comercial com nosso país".

Acompanhe tudo sobre:Carnes e derivadosComércio exteriorImportaçõesRússia

Mais de Economia

Porto de Xangai bate recorde com 50 milhões de TEUs movimentados em 2024

Indústria de alta tecnologia amplia sua produção pela primeira vez desde 2018

Reforma tributária: videocast debate os efeitos da regulamentação para o agronegócio

Análise: O pacote fiscal passou. Mas ficou o mal-estar